SÃO PAULO (e eu largo em último…) – Antes de mais nada, informo que escrevi enquanto o treino rolava, porque preciso sair voando para Interlagos. Vexame dos vexames, perdi a hora e não fiz a classificação hoje cedo para a Classic Cup — começava às 8h05, não consegui acordar. Estarei alegremente na rabeta do grid para uma… corrida de recuperação, claro!
Mas deixemos isso para depois.
Hamilton fez a pole agora mesmo em Barcelona, e parte desesperado para sua primeira vitória no campeonato. É a única forma de estancar a hemorragia que Rosberg provocou com os quatro triunfos consecutivos nas primeiras etapas do Mundial. Foi a terceira pole de Lewis no ano e 52ª na carreira.
A Ferrari foi mal e deixou a segunda fila para a Red Bull. Dobradinha da Mercedes é a única coisa que pode acontecer amanhã, dentro da normalidade. Aos demais, migalhas.
Mas vamos ao que de mais importante aconteceu no sábado ensolarado da Catalunha.
O dia começou, no último treino livre, com Rosberguinho liderando a folha de tempos e Verstappinho em quarto, na frente de Ricardão. Esses filhotes estão tendo um ano muito interessante, mesmo. O mesmo não podia ser dito dos dois brasileiros, Felipe I e II, lá atrás na tabela. Nasr, resignado, nem reclama mais: “É nossa realidade“, falou.
O vexame desenhado desde os treinos livres para ambos se confirmou. Massa conseguiu a façanha de ser degolado no Q1, com a 18ª posição — para comparar, Sapattos ficou em sétimo na primeira parte da classificação. Com ele foram para o chuveiro mais cedo Palmer (já arrumei apelido para esse?), uma posição à frente de Massacrado, e Sonyericsson, Felipe II, Wê Lá Hein? e Haryanta, fechando o grid. Nasr, mais uma vez, andou atrás do companheiro sueco. Feia, a coisa.
Detalhe não irrelevante nessa abertura de classificação: Verstappinho ficou de novo na frente de Ricardão. E palmas para Magnólia Arrependida, que passou um dos Renault para o Q2. Isso num momento do Mundial em que seu time, ao lado de Sauber e Manor, entra na pista como candidato natural a figurar nas seis últimas colocações.
Palmas e um agradecimento especial à Williams, claro. Porque, segundo Massa, o erro foi do time, ao mandá-lo para a pista na hora errada — com tráfego. Depois, errou o cálculo e quando decidiu liberá-lo de novo, já não havia tempo de abrir volta rápida. Nem saiu dos boxes. “A equipe precisa ter mais margem“, reclamou, com razão. Está registrado.
O Q2 começou com Comandante Amilton fazendo uma volta das mais alvissareiras, em 1min22s159 — a melhor do fim de semana até então. Rosberg ficou 0s6 atrás dele nessa primeira tentativa. Mas o nome, de novo, era Verstappen. Inacreditável. O fedelho enfiou 0s5 no sorridente australiano na sua volta rápida. Isso sem conhecer direito o carro, onde ficam os botões, o cardápio da hora do almoço. Um fenômeno, mesmo, esse mocinho. Terminou em terceiro.
A briga de foice no escuro estaria reservada para a turma que brigaria a partir do sétimo lugar. E decepou, pela ordem, Hulk, Bonitton, K-Vyado, Grojã, Magnólia e Gutierros. Normal. Destaquem-se, aqui, a décima posição de Alonso, tirando do carro o que ele tem e mais um pouco, e a sétima de Pérez, que vem tendo um bom fim de semana na Espanha.
Não houve propriamente surpresas no Q3, Ferrari à parte — mas quando qualquer coisa pode ser chamada de surpresa quando se trta de Maranello? A batalha pela pole estava reservada aos mercêdicos, e no primeiro “round” deu Rosberg, com 1min22s475. Hamilton fez uma volta ruim e ficou 0s802 atrás. A pista parecia mais lenta. Verstappen chegou a ficar em terceiro no início, com tempo pior que o registrado no Q2.
Nem todo mundo daria duas voltas, por conta da limitação de pneus. Um desses era Ricciardo, já sentindo a pressão de ter um moleque imberbe fungando no seu cangote. Foi para a pista na última leva, todo mundo ao mesmo tempo.
E ficou legal. Hamilton foi o primeiro a fechar sua volta voadora. Voadora mesmo: 1min22s000 cravados. Rosberguinho passou 0s280 atrás. O incomodado Ricciardo tirou uma volta da cartola e cravou o terceiro tempo, a 0s680 de Hamilton. E Verstappen já se enfiou na segunda fila, quarto colocado, 1s087 mais lento que o pole. Na hora em que estava valendo, Ricardão mostrou serviço. Mas é óbvio que a posição do jovem Max merecia ser comemorada.
A Ferrari decepcionou, com Raikkonen e Vettel em quinto e sexto. Hum… Mas não estava “mais perto”? Sei, sei… Bottas, Sainz Jr., Pérez e Alonso fecharam os dez primeiros no grid.
O GP da Espanha, normalmente, é previsível. Quem larga na pole tem muita chance de vencer — até Maldonado conseguiu, lembram? Mas acho que vai ter briga entre esses dois moços do time prateado. E podem apostar que a batalha Red Bull x Ferrari pelo pódio que restar vai ser divertida.
Agora me voy.
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