SÃO PAULO (também me lembro) – E o Fernando Mello, do ótimo “Efemérides do Éfemello”, lembra que também hoje, dia 2 de junho, faz 25 anos da última vitória de Piquet na F-1, no GP do Canadá de 1991. Corrida histórica, em que Mansell, um minuto à frente, já comemorava quando, no grampo de Montreal, seu carro apagou.
Há várias lendas sobre essa presepada do Leão. Uma delas, de que quando acenava para o público, sem querer, desligou a chave-geral de seu Williams.
Bom, as coisas nunca tinha ficado claras para mim — naquela corrida, eu ainda era editor de Esportes da “Folha” e passaria a me dedicar exclusivamente à F-1 a partir do GP seguinte, no México; então, não estava lá. Até ler, ontem, um texto enorme da “Motorsport Magazine” sobre a Williams Heritage, empresa que a Williams montou para tomar conta de seu acervo e vender parte dos mais de 120 carros em poder da equipe. Aliás, se alguém se interessar por algum, todos os Williams oficialmente autenticados para venda estão neste site.
(Aqui, um parêntese enorme. São precisamente 123 chassis em poder do time, e a coleção começa com o FW06 de 1978, o primeiro do período em que Patrick Head se juntou a Frank Williams. Desses, 120 são da equipe. Três estão sob seus cuidados, e um deles é um Honda de 2008 que pertence a Rubens Barrichello. Ele pediu para a Williams retirá-lo na antiga fábrica da Braww, hoje sede da Mercedes, e guardar por um tempo. “Agora ele precisa pagar para mandá-lo para o Brasil. Estamos esperando…”, disse à revista Jonathan Williams, filho do fundador do time. Até pouco tempo atrás, o único “corpo estranho” da coleção era uma Ferrari 641, que Frank exigiu como compensação para liberar para a equipe italiana o francês Jean Alesi, com quem já tinha assinado para 1991. “Ficamos com ele por 12 anos, funcionava perfeitamente e chegamos até a enviá-lo para a Itália para alguns serviços, mas acabamos vendendo”, contou Jonathan.)
Nessa reportagem, a verdade verdadeira: Mansell, tranquilo na frente, sem se preocupar muito em acelerar ou mesmo em trocar de marchas porque estava mandando tchauzinho para a torcida, fez o “hairpin”, uma curva de primeira, em terceira marcha. “O alternador do motor Renault não segurou e o carro apagou”, explicou Jonathan Williams. “O carro funcionou direitinho na garagem quando foi trazido de volta para os boxes, o que tornou tudo ainda mais doloroso.”
Pronto, está explicado. Agora vejam na narração emocionante de Galvão Bueno os últimos momentos daquele GP inesquecível.
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