Já dizia a máxima popular: “Quem gosta do feio, bonito lhe parece”. É um tanto subjetivo falar sobre os desenhos dos carros, um assunto que pode até despertar certa polêmica. Já que você, caro leitor, pode discordar, com todo direito, da minha opinião.
Quando criança, não me importava se o carro tinha 50 cv ou 500 cv, mas sim se era bonito. Esse detalhe é fundamental para fisgar a atenção de uma criança e fazer com que ela sonhe em um dia ter aquele carro na garagem.
Hoje considero que sou mais racional, a ponto de ter um Sentra 2008, carro que não prima pelo design, mas atende minhas necessidades com outras qualidades.
Ainda assim, gosto de dar pitacos sobre modelos que não me despertam interesse algum em tê-los. São casos que eu gostaria de ter um “tête-à-tête” com o projetista e perguntar: “Que raio de ideia passou pela sua cabeça para colocar isso na prancheta?”.
Por isso reuni carros feios de 11 montadoras para você avaliar (e opinar).
A campeã do mau gosto é, na minha opinião, a coreana Ssangyoung. Algumas bizarrices nem vieram para o Brasil. A mais clássica e comum de se ver em nossas ruas é a picape/SUV Actyon. Alguém consegue entender aquela frente? O formato do farol e da grade parecem coisa de outro mundo
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Picape Ssangyoung Action
A Chevrolet perdeu a mão em alguns modelos mais recentes. Para quem já teve o belo Calibra, devia ter vergonha de apresentar o trio Spin, Agile e Cobalt.
A Spin até tem ângulos interessantes, mas o conjunto é medonho. Parece que cada parte do carro foi desenhada por uma pessoa diferente e nenhuma delas conversaram entre si durante o projeto.
Já o Agile, tinha tudo para agradar quando o conceito GPix foi apresentado. Mas conseguiram matar o modelo quando foi para a linha de produção.
O Cobalt nasceu com perfil e traseira interessantes, mas a frente, o cartão de visita de qualquer carro, parece ter vindo de uma picape. Felizmente corrigiram o erro e o atual é bem mais atraente.
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Chevrolet Agile
A Fiat merece meu respeito por ser uma das poucas montadoras que dá independência visual para cada um de seus carros. Nada de desenho genérico para toda a linha. Você consegue identificar de longe os modelos, diferente do que acontece com a VW, por exemplo.
Geralmente os carros nascem bem desenhados, mas nem sempre são felizes em suas reestilizações. Caso do saudoso Tempra, que perdeu a dignidade no modelo 98, e do guerreiro Mille, que ganhou uma frente horrenda em 2004.
Outros nasceram tortos mesmo, caso da estranha Doblò e do atual Mobi e sua traseira (ou falta dela).
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Fiat Tempra
Reconhecida no passado por seu bom acabamento nos modelos mais luxuosos, a tradicional Ford tem uma linha bem agradável em seu atual showroom.
Mas nem sempre foi assim. Em 96, o então bem resolvido Versailles ganhou uma grade oval e perdeu a extensão que unia as lanternas traseiras. Quem teve coragem de aprovar aquela reestilização?
O que dizer do Taurus 97, que ganhou um banho de linhas ovais bem controversas? E da 1ª geração da Ranger, que teve tantas plásticas que não tinha como terminar bem?
Já a atual geração do Focus, um carro lindo sob qualquer ângulo, veio para cá no modelo 2014 com uma grade muito estranha. Os dois triângulos em cada ponta escondem as qualidades do carro.
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Ford Taurus
De vez em quando, a Honda exagera nos cromados de seus carros. Mas no geral sempre apresenta modelos bem desenhados.
Alguns detalhes ferem minha vista e nem com o tempo consigo tolerar. É o caso da traseira do atual Fit, que tem muita falsidade para o meu gosto: falsa lanterna na coluna e falsa saída de ar no para-choque.
Falando em traseira, os Civics – entre 2012 e 2016 – e os Accords – entre 2011 e 2012 – sofreram com extensores nas lanternas que parecem ter vindo de outro carro.
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Honda Civic
Eu divido a Hyundai em três fases aqui no Brasil. A primeira, no início dos anos 90, com carros com desenhos inexpressivos. A segunda, no fim dos anos 90 e início dos 2000, foi uma fase de transição. E a terceira e atual fase, com belíssimos carros desejados pela maioria das pessoas.
Vou falar da segunda fase, que apresentou coisas muito estranhas. Como o desproporcional Atos e a feiosa Tucson. É verdade que já falei bem da Tucson em outras colunas, afinal, qualidades ela tem. Mas o desenho nunca me agradou.
Já o Elantra e o Sonata, que a maioria deve conhecer somente os atuais, convido os que tenham estomago forte a procurarem fotos das gerações anteriores.
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Hyundai Atos
A Nissan é uma das minhas marcas favoritas na relação custo/benefício. Porém perde feio no quesito beleza.
Citei o Sentra no início da coluna, que é muito estranho nos modelos entre 2007 e 2013. Por ser alto, parece ser menor de comprimento do que realmente é. A traseira tem lanternas cromadas no pior estilo “Fast and Furious” (ainda coloco as com máscara negra no meu) e a frente parece ter vindo de um Cadillac.
O Tiida é outro que precisa de boa vontade para aceitar seu design.
Mas nada supera o Versa. A pequena limousine é boa demais de mecânica e espaço interno, mas não consegue agradar em nada por fora. Há quem diga que a traseira parece a de um bebê com a fralda cheia. E não é que parece mesmo?
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Nissan Tiida
A Peugeot procura expressar esportividade em seus modelos e geralmente consegue isso com muita personalidade. Mas tem uma coisa que ela nem sempre consegue fazer bem: desenhar sedãs derivados de hatchs.
Os campeões de feiura são os 207 Passion e o 307 sedã.
O erro está em manter as portas traseiras dos hatchs, o que obriga a ter um formato estranho na queda do teto para o porta malas.
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Peugeot 207 Passion
Com exceção do belo Fluence, a atual linha da Renault é bem sem sal. Nem feia e nem bonita. Mas tem um modelo dos anos 90 que era difícil de engolir: o “quadradinho arredondado” Renault 19.
Tenho um carinho especial pelo modelo, que foi o primeiro carro que aprendi a dirigir, quando o meu pai comprou um RT hatch 95. Carrinho bom, mas longe de ser bonito.
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Renault R19
A Toyota está com uma fama tão boa com relação a qualidade que pouca coisa afeta sua reputação. Podem fazer um Corolla feioso que vai continuar sendo o carro mais vendido do mundo. Entretanto, tem limite para tudo.
Quando lançou o Etios em nosso mercado, ele foi ofuscado pelo belo Hyundai HB20. Os dois tinham qualidades e foram lançados na mesma época. Mas o coreano teve fila de espera e o japonês, vendas abaixo do previsto.
Ali ficou claro que design vende. Mas a Toyota parece não reconhecer isso e insiste no mau gosto. Quando pensávamos que não poderia ter nada pior, lançou o Etios Cross. E, recentemente, conseguiu piorar a frente do modelo com um para-choque completamente maluco.
Mesmo assim, ainda acho que a qualidade construtiva e a robustez mecânica do Etios farão com que ele seja um dos queridinhos do mercado de carros usados no futuro.
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Tios Cross
A Volkswagen tem por tradição fazer modelos mais conservadores. Isso é bem valorizado por alguns fanáticos da marca que conseguem ver beleza em suas linhas simples.
Mas assim como outras marcas, também erra em algumas reestilizações.
Em meados dos anos 2000, tinha em sua linha os belos Bora e Golf de 4ª geração. Os anos foram passando, investimentos não foram feitos (aqui no Brasil) e os modelos foram mal reformados.
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Volkswagen Golf
O Bora ganhou faróis e lanternas horríveis, assim como o Golf, que tentou ficar parecido com gerações mais novas que não tivemos por aqui. O resultado foi desastroso.
Outro que sofreu com reforma foi o quadradão Santana, que ganhou para-choques redondos em 1999. O que nunca deveria ter tido.
Felipe Carvalho é o primeiro caçador profissional de carros do Brasil. Acesse o site www.cacadordecarros.com.br e saiba mais. Inscreva-se no canal do Caçador de Carros no YouTube e curta a página de Felipe no Facebook.
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