SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

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Vettel regendo o hino da Itália: a foto escolhida para hoje

SÃO PAULO (acho que vocês vão gostar) – O pós-GP vai ganhar algumas bossas a partir desta temporada. Como tem muito rescaldo de corrida, andei pensando numas coisinhas para a seção “Sobre ontem…”.

A começar por um cartum do Maurício Falleiros exclusivo para este blog. Falleiros é dono de um traço minimalista muito marcante, e tem um humor breve, direto e ácido. Quem quiser conhecer melhor seu trabalho, é só entrar no seu site, ou então curtir sua página no Facebook. Seus cartuns serão publicados aqui com o subtítulo “F(1)ALLEIROS”. Inventei agora.

Teremos também a melhor frase do fim de semana, a foto mais legal e um número relevante pinçado no mar de estatísticas que todo GP produz. E links selecionados do material produzido pela equipe do Grande Prêmio e do GRANDE PREMIUM ao longo do final da semana que, nessa tormenta de informações, às vezes podem ter passado despercebidos.

Então, mãos à obra.

Deixemos a Ferrari de lado por ora, assim como a Mercedes. Começo pelo maior dos perdedores, Fernando Alonso. Gente, que drama vive o espanhol… Que desgraça se abateu sobre o pobre bicampeão, que não ganha um título desde 2006, embora seja listado com um dos três melhores do grid em todos estes anos.

Pior para ele é saber que esteve perto da Mercedes, mas que Toto Wolff desistiu por conta de seu contrato bem amarrado com a Honda e com a McLaren — é o piloto mais bem pago de todos, inclusive — e em nome da harmonia interna na equipe. Mas é mais um que se compadece da situação do asturiano.

E há quem acredite que Alonso pode, simplesmente, pegar sua mochila e cair fora. “Há uma chance de ele deixar a equipe antes do fim da temporada, porque está frustrado uma barbaridade”, disse Mark Webber, que se aposentou no ano passado depois de um tempinho no WEC pela Porsche. O australiano fala com conhecimento de causa. É um dos mais próximos colegas de Fernandinho, raro amigo desses anos todos. E a julgar pelo que falou o espanhol depois do GP da Austrália…

alonsitofraseA FRASE DE MELBOURNE

“Poucas vezes tive um carro tão pouco competitivo como nesta corrida. Sem uma boa preparação no inverno, tendo de economizar gasolina de forma brutal. E foi uma das melhores corridas que fiz na minha vida. Só que este fim de semana vai se repetir poucas vezes: 13º na classificação, nos colocamos no Q2, andamos nos pontos por um bom tempo… Acho que vai ser praticamente impossível nas próximas. Quando chegarmos a circuitos normais, nossa posição vai ser muito mais atrás, eu acho.”

Pois é… Olho nessa novela, então. Porque acho que Webber pode estar certo em seu prognóstico. O tamanho da frustração de Alonso creio que nenhum de nós pode medir.

Frustração que também se notou na Mercedes pela derrota, mas em menor intensidade. No fundo, a equipe reconheceu a superioridade da Ferrari. O mesmo Wolff bateu palmas para a rival: “Às vezes se ganha, às vezes se perde. Eles estavam muito fortes”, disse, num rasgo de humildade. É isso aí.

Mas o chefe mercêdico reconheceu que devolver Hamilton à pista atrás de Verstappen não ajudou em nada. E Vettel, que se beneficiou da presepada, admitiu que a presença de Max à frente de Lewis assim que ele saiu dos boxes foi “crucial”. “Dei um pouco de sorte”, resumiu.

E teve mais para a Ferrari comemorar também:

44dokimiO NÚMERO AUSTRALIANO

Foi a primeira vitória do time vermelho desde 2015, e os italianos também ficaram razoavelmente orgulhosos por registrar a melhor volta da corrida, com Kimi Raikkonen. O finlandês é o piloto em atividade com o maior número de voltas mais rápidas em GPs: 44. Só perde para Schumacher na história, com 77.

Seguindo, algumas indicações de leitura para esta segundona de análises e reflexões sobre aquilo que a primeira corrida do ano deixou de lições. Victor Martins, por exemplo, achou tudo “um horror”. Gabriel Curty e Vitor Fazio também acharam a corrida chata, mas fizeram também uma análise da transmissão da TV gerada pela FOM. Resumo: um desastre, com quase nada de informações, caracteres errados, ausência da classificação da prova na tela… Realmente uma merda. Espero que, na China, os caras acertem a mão. Porque é só repetir o que era feito até o ano passado. Não tem muito segredo.

E fica a pergunta: foi a pior abertura de campeonato dos últimos tempos? Eu não iria a esse limite. De qualquer forma, tem aqui uma lista de dez muito ruins, que o mesmo Fazio preparou no GRANDE PREMIUM.

No mais, lembraremos desta prova de Albert Park pelo soco na mesa de Toto quando Vettel voltou do pit stop em primeiro, pela tela grafitada que foi pintada durante a corrida e autografada pelo vencedor assim que parou o carro (não sei se teremos isso em todas as provas, mas é uma ideia interessante, a tela podia ser leiloada e a grana revertida para algum projeto social), pelas más atuações de Stroll e Magnussen e por uma frase do engenheiro de Hamilton após o pit stop: “Vamos para o plano B”.

Até agora estou tentando descobrir qual era esse plano B. Lewis, provavelmente, também.

E encerramos os trabalhos por enquanto com nosso novo cartunista. Até mais.

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