CREMA CATALANA (2)

esp171

RIO DE JANEIRO (eita) – Ah, o sorriso de Alonso… Como é que o cara consegue um sétimo lugar no grid depois de perder uma sessão de treinos livres, de ter de afinar e calibrar um motor novo, enfrentando carros bem mais fortes como os da Renault, Williams e Force India?

Vejam o tamanho do sétimo lugar de Fernandinho em Barcelona: o primeiro dos outros, tirando as três grandes de hoje, Mercedes, Ferrari e Red Bull. Não está bom para quem mal conseguia passar ao Q2 nas primeiras corridas do ano?

Fernando foi o nome do sábado na Espanha. Deu entrevista na pista, na frente da galera — a F-1 está mudando, o pessoal da Liberty está liberando mais o pessoal, há um certo frescor no ar –, disse que recebeu “um presente” na classificação, ficou feliz da vida.

Aquela coisa carrancuda e mal-humorada da categoria vai ficando de lado, as pessoas estão mais soltas e leves. A coletiva dos três primeiros, por exemplo, foi no asfalto, e não na salinha. Dá para imaginar isso há um ano? Bernie irromperia pela pista com uma bazuca, abatendo todos a tiros. Se não conseguisse carregara a bazuca, levaria um estilingue.

A disputa pela pole foi muito boa entre Hamilton e um surpreendente Vettel, que teve um susto no Q1, achou que nem passaria da primeira fase, e no fim ficou a 0s051 do inglês. “Um milagre”, definiu. Milagre porque equipe teve de trocar seu motor depois do terceiro treino livre — terceira troca, o que pode representar problemas no futuro próximo.

Hamilton fez sua terceira pole no ano e 64ª na carreira. Com mais uma, iguala Senna. Com mais cinco, passa Schumacher e se torna o maior “poleman” da história, o que deve acontecer neste ano. Bottas, vencedor na Rússia, não brilhou hoje e ficou em terceiro. Nem Kimi, quase fixo no quarto lugar. No mais, na Red Bull Verstappinho enfiou uma luneta de meio segundo em Ricardão. Ah, Ricardão… E as duas Force India foram ao Q3 mais uma vez, com Massa entre elas em nono.

Quem não vem bem é Grosjean, que começa a ficar atrás de Magnussen com uma frequência que pode se tornar perigosa. O que se passa com o francês? Não sei. Hulk entubou Palmer, como de costume, e o mesmo aconteceu entre Wehrlein e Ericsson — o alemãozinho é bem melhor. Stroll se colocou lá na rabeira — é fraco, não tem jeito — e Vandoorne, que tivera uma sexta-feira razoável, não fez sombra a Alonso.

A briga será boa entre Lewis e Sebastian amanhã. Mas teremos olhos apenas para Fernandinho. O que ele fez hoje foi foda. Vai brigar pelos pontos com esse motorzinho de Civic? Talvez. Seria lindo.

E voltamos ao aeroporto.



Leia Mais.