RIO (não assusta a gente!) – Antes de mais nada: Alvin, que brincadeira é essa? A gente vive falando, neste fim de semana de junho, neste especificamente, não estamos falando do mês inteiro, entenda, não dá para ficar batendo perna por aí, rapaz! Tem uns caras que não freiam, não! Ah, você queria andar mais que o Alonso no primeiro treino livre? OK, já andou. Agora ligue para casa e avise que está tudo bem, porque quem viu pela TV ficou apavorado.
Esquilos…
Olha, posso estar parecendo repetitivo nesse negócio de falar de Alonso o tempo todo. Mas como ignorar o ano do espanhol? Zero ponto, nenhum resultado digno de nota, mas a mídia é toda dele. Para o bem, quando se trata de analisar o que faz na pista, e para o mal, quando se trata da McLaren e da Honda.
Fernandinho mal andou de manhã. Ah, que saudades da Indy… Seu carro apresentou problemas de natureza hidráulica — o que pode ser traduzido como: câmbio não funciona, direção fica pesada, não dá para guiar essa merda.
Aí de tarde, o cara quase não anda. Séculos parado nos boxes, até que a equipe o solta na pista. E o sujeito, com meia-dúzia de voltas, enfia um sétimo tempo na cara na sociedade.
Alonso é um gênio que merecia mais do que tem em números. Conversava com o Mattar e com o Thiago Alves aqui na redação carioca sobre isso. Um piloto como ele ter apenas dois títulos é uma maldade do destino. Se tivesse lidado melhor com o “fator Hamilton” na McLaren em 2007, talvez pudesse ter sido campeão naquele ano mesmo. E no seguinte. O que aconteceria daí em diante é impossível prever. Será que a Mercedes, alguns anos depois, optaria por Lewis? Será que teria existido aquela passagem pela Ferrari?
Nunca saberemos. O que sabemos, agora, é que o rapaz está guiando o fino. Não vai largar em sétimo, duvido. Mas vai que larga… E Montreal é corrida das boas, com muro perto, neguinho bate, quebra, fica sem freio. Sonhemos com um pódio para Alonso, nós que gostamos de pilotos bons.
Quanto ao resto — que inclui os líderes do campeonato, as surpresas do dia, as equipes de ponta, o solitário brasileiro –, o primeiro dia de atividades no Canadá mostrou um interessante embate entre Mercedes e Ferrari que vai ser resolvido em pequenos detalhes ao final da corrida domingo. Um desses detalhes se chama Kimi Raikkonen, e nem é tão pequeno assim.
Pode ser cedo para afirmar categoricamente que o finlandês acordou, mas não se pode negar que a pole de Mônaco ligou uma chavinha interna que ele parecia não se lembrar onde ficava. Kimi foi o mais rápido do dia com respeitáveis 0s2 e alguns quebrados sobre Hamilton e Vettel, segundo e terceiro. Para Bottas, a diferença esbarrou nos 0s4. Verstappinho ficou no mesmo segundo, em quinto, e aí veio Massa, numa boa sexta posição — mas longe no cronômetro, mais de 1s. Para, depois, aparecer Alonso.
O motor Honda, é sabido, não é grande coisa. Numa pista como a canadense, de enormes retas e pouca asa, ninguém apostaria um iene furado nos japoneses. Mas com o asturiano, o carro andou. Quem também mostrou serviço nos dois treinos foi a Force India, muito graças à potência mercêdica. A briguinha do quinto para trás será legal, inclusive porque dela participará a Red Bull.
Aí embaixo, os tempos. Chama-me a atenção, corrida após corrida, a disparidade técnica entre os pilotos das duplas de Williams e Renault. Stroll ainda tem a desculpa do noviciado. Palmer é realmente muito fraco. Disso a Force India e até a Toro Rosso têm se aproveitado neste campeonato para beliscar pontinhos que, normalmente, seriam destinados a essas equipes. Às vezes o barato sai caro, como se diz. Piloto pagante é bom, porque entra com o cacau antes de chegarem os boletos. Mas lá no fim, será que os pontos que cada time desses deixou de marcar não farão falta no balancete?
Bom, dito tudo isso, vamos aos palpiteiros de plantão. Vossas apostas para a pole? A minha é Kimi, com Vettel em segundo de novo, Bottas em terceiro e Hamilton em quarto. Não sei bem por quê, mas estou achando Lewis esquisito, ultimamente.
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