Andamos: Chevrolet Tracker LTZ

Andamos: Chevrolet Tracker LTZ

Depois de participarmos da apresentação do Chevrolet Tracker para a imprensa especializada, em janeiro, na fria Detroit (Michigan/EUA), nos reencontramos com o SUV para uma avaliação mais detalhada. Seis meses depois, reiteramos o que dissemos na época: esse carro renasceu e é uma das melhores opções desse segmento, tanto pelo custo-benefício quanto pelo prazer ao volante. O preços iniciais de R$ 82.990 para a versão LT e R$ 93.490 para a LTZ são bem competitivos para o segmento.

Ok, o modelo anterior era bonitinho e o antigo motor 1.8 flex de até 144 cv dava conta do recado, embora fosse um tanto bebum. Mas o novo é outra coisa e, embora estilisticamente as mudanças tenham se concentrado na dianteira, o visual mais arrojado dá um bom indício das transformações pelas quais o SUV passou.

Apenas para relembrar, o Chevrolet Tracker recebeu novo desenho frontal, alinhado à nova identidade visual da marca, com faróis afilados e uma grade bipartida mais ampla. O interior ganhou um novo painel e um acabamento mais caprichado. A lista de itens de série da versão LTZ inclui teto solar elétrico, alerta de ponto cego, central multimídia MyLink com tela de sete polegadas e compatível com Android Auto e Apple CarPlay, sensor de estacionamento e câmera de ré, alerta de movimentação traseira (em marcha ré), além do utilíssimo sistema de atendimento remoto OnStar.

Coração valente

É sob o capô, contudo, que está a principal novidade do novo Tracker. O Ecotec 1.4 turbo de 153/150 cv e 24,5/24 kgfm de torque a 2.000 rpm, que dispõe de sistema start-stop (que desliga e religa o motor em paradas rápidas), deu upgrade e tanto no SUV. Esse motor proporciona acelerações muito mais vigorosas e essa melhora de desempenho pode ser notada logo que se começa a rodar com o carro. Segundo dados do fabricante, são 9,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h, 2 s mais rápido que o anterior, e a velocidade máxima é de 198 km/h.

O consumo também melhorou bastante. Segundo os parâmetros do Inmetro, com gasolina no tanque são 11,7 km/l na estrada e de 10,6 km/l na cidade. Se o combustível for etanol, o consumo rodoviário é de 8,2 km/l e o urbano de 7,3 km/l.

Em nosso teste, o Tracker se mostrou melhor de dirigir, tanto pelo novo sistema de direção com assistência elétrica, que permite manobras mais ágeis e com menos esforço, como pelo ajuste mais duro de suspensão, que melhorou a estabilidade e segurança, sem comprometer o conforto. O câmbio automático de seis marchas atua com competência, mas a opção de mudanças manuais apenas através da alavanca não é muito divertido.

Feita sobre a plataforma GSM (a mesma de Onix/Prisma, Cobalt e Spin) o Tracker não tem uma cabine das mais amplas, mas comporta bem quatro adultos ou até três crianças no banco traseiro. O porta-malas, com capacidade de 306 litros, é suficiente para carregar a tralha de todos.

Na receita do bolo

Claro que não existe almoço grátis, por isso, a GM precisou fazer alguns cortes na receita do bolo da Tracker. Comparando com o Cruze, foram retirados alguns equipamentos e mimos, além de dois recursos que julgamos essenciais, tudo em nome do preço competitivo.

Dentre os mimos, o Tracker não traz nem sua configuração mais completa, ar-condicionado digital, banco do motorista com regulagem elétrica, carregador de celular por indução e assistente de estacionamento automático. Faltam também recursos de segurança interessantes como o assistente que impede mudança involuntária de faixa de rolagem, assistente de arrancadas em subidas, alerta de colisão dianteiro e indicador de distância do veículo à frente.

Mas qual os itens ausentes que julgamos essenciais? Os controles de tração e estabilidade. Ainda que o Tracker tenha boa aderência e contorne bem as curvas, é inegável esses recursos melhoram ainda mais o controle sobre o veículo e a segurança. Além disso, são itens que já estão se tornando banais mesmo em carros de categoria inferior.

Conclusão

O Chevrolet Tracker, com preços iniciais de R$ 82.990 (LT) e R$ 93.490 (LTZ), são competitivos se comparados com os principais concorrentes com níveis equivalentes de equipamentos e recursos. A evolução em motorização, o visual bem acertado e a conectividade dos sistemas MyLink e o OnStar tornam o SUV da Chevrolet uma excelente opção no segmento.

Ficha técnica

Motor: dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 1.4, 16V, comando duplo, turbo com injeção direta, bicombustível (etanol/gasolina)
Potência: 153 (e) / 150 (g) cv a 5.600 rpm
Torque: 24,5 (e) / 24 (g) kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: automático de 5 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão dianteira: independente McPherson
Suspensão traseira: eixo de torção
Pneus: 215/60 R18
Freios dianteiros: a disco, ventilados
Freios traseiros: a tambor
Comprimento: 4.250 mm
Largura: 1.770 mm
Altura: 1.670 mm
Entre-eixos: 2.550 mm
Peso: 1.413 kg
Capacidade do tanque: 53 litros
Volume do porta-malas: 306 litros

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