Santa Matilde: o clássico fora de série mais luxuoso da sua época

Renato Bellote

Mostrado no final dos anos 70, cupê nacional vem com motor GM 4.1, de seis cilindros, além de estilo cupê com certo apelo esportivo

As décadas de 70 e 80 foram bastante peculiares no Brasil sob o ponto de vista automotivo. Com as importações fechadas a indústria dos modelos fora-de- série ganhou fôlego e realmente se desenvolveu bastante, com muitas opções de estilo e configurações de carroceria. Um dos exemplos de clássicos nacionais dessa época foi o cupê Santa Matilde.

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O Santa Matilde surgiu em meados dos anos 70. O fundador, Humberto Pimentel, já era um bem-sucedido empresário da cidade de Três Rios (RJ) e buscava criar algo ainda mais exclusivo e diferente do que via no mercado. Acostumado com modelos importados pensou em um veículo que se equiparasse, na medida do possível, com o que via lá fora.

Inicialmente o modelo passou por diversas fases até que se chegasse a um denominador comum de estilo e qualidade de materiais. Diz a lenda que com gênio forte o empresário chegava, inclusive, a destruir um estofamento ou carroceria que não lhe agradasse, mesmo na fase final de acabamento.

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Mas o acerto final foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de 1978. E agradou logo de cara. O Santa Matilde trazia estilo de gran turismo europeu, motorização sólida das Chevrolet e, o mais importante, esmero no acabamento. A versão conversível, vale destacar, teve como ideia de molde da capota o Mercedes-Benz SL.

Mais detalhes do "SM"

Santa Matilde: cupê nacional tem mecânica do Opala Diplomata e carroceria de fibra de vidro. Exemplar da foto é de 1985

Santa Matilde: cupê nacional tem mecânica do Opala Diplomata e carroceria de fibra de vidro. Exemplar da foto é de 1985

Foto: Renato Bellote/iG

Os detalhes internos agradam bastante. O ar-condicionado vinha de série, algo até banal nos dias de hoje, mas que naquela época era um opcional caro até mesmo em modelos de luxo, como o Opala Diplomata. O painel trazia toda a informação necessária ao motorista e o volante de três raios completava a harmonia do pacote.

O exemplar da matéria tem uma história interessante. Ele foi encomendado em 1985 na concessionária Pompéia, em São Paulo, e demorou cerca de seis meses para ser entregue. O mais legal dessa história é que ele pertence ao mesmo dono desde zero quilômetro. Incrível.

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A dirigibilidade do SM é uma de suas grandes qualidades. O motor Chevrolet de 4,1 litros é um velho conhecido e entrega força trabalhando com o câmbio manual de cinco velocidades. Além disso a distribuição de peso é quase ideal. Por essas e outras razões o título da matéria não foi uma escolha exagerada. Até a semana que vem!




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