FOI ASSIM

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Foto: Dalton Yamashita

RIO (só esperando) – Eu ando meio desacostumado de São Paulo. Por isso, a agonia do atraso foi maior que o habitual, numa tarde/noite de terça-feira em que a cidade mergulhou no caos por causa de:

1) Uma chuva da porra
2) Um show de não sei quem no Parque Antarctica
3) Um jogo no Pacaembu
4) Um trânsito dos infernos

Não sei mais o que é ficar mais do que dez minutos dentro de um carro. O que só faço, no Rio, quando o calor está insuportável demais para ir trabalhar de bicicleta. Ontem, fui pegar minha peruinha DKW para ir ao lançamento do meu livro, “Dois cigarros”, na Livraria da Vila. Não dá 9 km de casa.

Naquela bagunça, desisti de colocar o antiguinho na rua. Sofrem demais, meus carros, nesses engarrafamentos insanos. Chamei um Uber. A estimativa de tempo: 1h40 para percorrer 9 km.

Atrasei para o lançamento do meu próprio livro! No caminho, fui trocando mensagens com Joubert, o Editor. E fui recebendo muitas de amigos, conhecidos, parentes, ilhados em algum canto da metrópole abandonada. A maioria desistindo de se aventurar naquele pandemônio viário.

Mesmo assim, quase 200 pessoas foram à Vila Madalena para me dar um abraço e comprar o livro, o que me deixou feliz demais. Os que não puderam ir têm a chance no Rio, dia 12 de abril, ou em Belo Horizonte, dia 5 de maio. Claro que ninguém vai pegar um avião só para isso, mas sei lá. Ontem uma menina, Fernanda, saiu de Uberlândia só para comprar o livro. Nunca tinha ido a São Paulo na vida. Foi muito comovente. Neste link aqui, o Marcos Júnior conta um pouco dessas histórias e tem fotos de todos que foram à livraria.

Quero agradecer a cada um que, estoicamente, enfrentou a balbúrdia urbana para me dar um abraço, um beijo e comprar meu primeiro romance — uma aventura, a de escrevê-lo, que jamais esquecerei; e gostei tanto que não pretendo parar.

Teria uma lista enorme de agradecimentos a fazer, mas receio que já tenha feito isso em posts ou vídeos anteriores, e não vou perturbar vocês com mais uma cantilena. Agora, tudo que quero é saber o que as pessoas acharam.

E quem quiser comprar pela internet, porque não sei se vai ser fácil achar nas livrarias — editora pequena sofre, e a Gulliver não está entre as maiores do país, as livrarias grandes são cruéis –, pode entrar aqui e pronto, em cinco minutos resolve a parada.

Fiz uma pesquisa no Twitter há alguns dias e 65% dos que pretendiam comprar o livro iriam fazê-lo pela internet. Então não estou muito preocupado em não aparecer em estantes. Depois pensamos nisso. Se for um sucesso, as pessoas vão perguntar pelo livro e as livrarias terão de correr atrás.

Obrigado a todos. Aos que foram, aos que planejaram ir e não conseguiram, aos que irão aos próximos, aos que estão curiosos para ler “Dois cigarros”. Aos 53 anos, achava que não ficaria mais nervoso com nada, na vida.

Mas estou.



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