SOBRE DOMINGO DE MANHÃ

PARIS (atrasadinho) – No fim das contas, as arestas do GP da Alemanha acabaram sendo aparadas nos vídeos da série “GP às 10″ — a saber, as ordens de equipe de Mercedes e Ferrari e a não punição a Hamilton por ter cortado a entrada de box. Então, vou aproveitar a conexão para Budapeste aqui em Paris para pingar o rescaldinho que chega com atraso porque me enrolei bem nos últimos dias para colocar a vida em ordem depois da Copa e já preparar a jornada seguinte.

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A batida de Vettel: pequeno erro, enorme prejuízo

Começamos com a imagem do GP, aí do lado

Podia ser outra? Não, né?

Vettel disse que não iria perder o sono pelo que aconteceu, mas acho que eu perderia. OK, se desesperar não resolve nada, mas é que haja frieza tedesca nesse coraçãozinho para suportar uma batida besta no fim de uma corrida praticamente ganha e, para piorar, diante de seu público, correndo em casa…

Falando nisso, alguém mais reparou nos caras vibrando nas arquibancadas com o abandono? Que diabo era aquilo, torcedor da Mercedes? Antis? Sei que se isso acontece no Brasil depois de um acidente com um brasileiro liderando a prova, neguinho ia parar no meio do asfalto!

hieroglifoMas faz parte, cada um torce para quem quiser e contra quem quiser. E o fato é que a maldição de Hockenheim segue assombrando o alemão. Ele nunca venceu no histórico — e mutilado — circuito. Sua única vitória na Alemanha aconteceu em Nürburgring, cinco anos atrás. E mais uma vez os passinhos felizes que Sebastian costuma dar no pódio ficaram para uma próxima oportunidade. Algo que nosso cartunista oficial Maurício Falleiros, claro, pescou na hora. Aliás, hoje ele vem com dois cartuns, porque ficaram ambos muito legais. O outro está mais para baixo e vocês vão entender.

Sobre a absolvição a Hamilton pela falsa entrada de box, faltou dizer, no relato de domingo, que o caso foi à torre de controle, sim. E que o resultado final da prova só foi proclamado três horas depois da quadriculada, após a análise dos comissários e a defesa da Mercedes.

Basicamente, pode-se resumir a questão assim: Lewis não foi punido porque não colocou piloto algum em risco, não atrapalhou os adversários, não ganhou tempo, não teve a intenção de prejudicar ninguém e o fato de a corrida estar sob regime de safety-car, aparentemente, encaixou a situação na famosa muleta regimental chamada de “casos de força maior”.

Mas ele mesmo achou que ia se meter em alguma enrascada. Pelo rádio, perguntou à equipe se não iria ser punido. Imediatamente o estrategista respondeu que estava tudo sob controle. Ô homem otimista. Mas no fim deu certo.

Vamos em frente?

O NÚMERO DE HOCKENHEIM

6dalemanha…vezes na história um piloto venceu largando de 14º, posição de Hamilton em Hockenheim. As anteriores: Sweikert (Indy 500, 1955), Jones (Áustria, 1977), Panis (Mônaco, 1996), Herbert (Europa, 1999) e Button (Hungria, 2006). E querem mais? Foi a 66ª vitória de Lewis na F-1. E o 150º pódio da Mercedes desde a volta à categoria. Somem 1 + 5 + 0 = 6. O segundo colocado, Bottas, usa o número 77. Hamilton é o 44. Se tirarmos 44 de 77, dá 33. E 3 + 3 = 6. O inglês abriu 17 pontos de vantagem para Vettel. Sim, 7 – 1 = 6. Fora que o cara larga de P14 e termina em P1. Podem somar: 1 + 4 + 1 = 6. Outra: 42ª dobradinha da Mercedes. 4 + 2 dá quanto? Não, não esqueci que foi a 60ª vez que a equipe marcou a melhor volta de um GP. 6 + 0… Sou muito foda com números. Vou parar por aqui para não humilhar mais.

Já estamos acabando. Andei selecionando algumas declarações fortes pós-corrida para escolher a frase mais marcante do domingo, mas acabei caindo numa proferida durante a prova, mesmo, pelo rádio. Por quem? Pelo impagável Kimi Raikkonen. Sendo assim, é dele…

A FRASE DA ALEMANHA

Kimi: fala logo, cazzo!

“Você pode ser mais direto? Eu não sei o que você quer que eu faça. Vocês querem que eu deixe ele passar? Basicamente… apenas digam!”

Raikkonen a Jock Clear, estrategista da Ferrari, que estava cheio de dedos para pedir ao finlandês que desse passagem a Vettel na altura da 40ª volta

Bem, acho que tudo foi dito. Fica aqui o registro, óbvio, da tristeza que a Ferrari viveu ontem pela morte de seu presidente Sergio Marchionne, aos 66 anos. O fim de semana em Hockenheim já estava sendo mesmo muito pesado por conta da doença do dirigente, que acabou não resistindo a um câncer no pulmão. Era uma figura doce e foi muito importante na história recente da equipe e também da Fiat.

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Grosjean: gostamos

Vou encerrar com um “Gostamos & Não gostamos” um pouco diferente. Os elogios vão para <<< Romain Grosjean, na foto aí à esquerda, que conseguiu um ótimo e mui convincente sexto lugar mesmo tempo feito três paradas nos boxes.

A Haas tem sido uma ótima surpresa no campeonato e se o sexto lugar na classificação entre as equipes não chega a causar suspiros, sou capaz de apostar que o time vai terminar em quarto este Mundial. Em termos de desempenho, já é a quarta força do campeonato. Está com 59 pontos, junto com a Force India. A Renault tem 80. Não fossem algumas cagadas do mesmo Grosjean e algumas presepadas do time em pit stops no início da temporada, e esse quadro seria outro. O time americano está de parabéns.

aletrofffE a espinafrada do dia fica a cargo do nosso Maurício Falleiros mais uma vez. Está aí o segundo — e genial — cartum que, de uma tacada só, diz bem o que achamos dos troféus entregues em Hockenheim e o que muita gente achou das atuações dos rapazes que foram ao pódio.

E, agora, proa Budapeste. Até mais tarde!



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