MOGYORÓD (mudou tudo) – Não vou falar muito dos treinos livres. Podemos resumir assim: Ferrari e Red Bull estão melhores que a Mercedes. Por isso ficaram na frente dos prateados, que vão sofrer com as altas temperaturas de Budapeste & redondezas — estamos nas redondezas — durante o fim de semana. Isso se não chover. Há uma possibilidade para domingo, parece.
O trato dos pneus traseiros será a chave da corrida. Eles esquentam demais nesse tipo de pista em que se acelera, breca, faz curva, acelera, breca, faz curva de novo, e assim é até o fim dos tempos. Fazem bolhas, acabam logo. Ultramacios, macios e médios foram as escolhas da Pirelli. Todo mundo deve largar de ultras. Alguns, talvez de macios — para levar o primeiro stint até onde der. Mas tudo depende do tempo. Uma curiosidade é que a cor do asfalto magiar afeta o desempenho. Muito escuro, retém muito calor. Isso faz com que as temperaturas da borracha se elevem mais do que o desejado. E como o circuito é muito sinuoso, não dá tempo de esfriar.
Pronto, falei do treino. Ah, Vettel foi o mais rápido do dia. Verstappinho ficou em segundo, Ricardão em terceiro, Raikkonen em quarto e depois vieram Hamilton e Sapattos. Entre eles está o pole de amanhã. Oh, que novidade! Bom, vou apostar: Kimi. Só para quebrar a banca. Porque não vai ser.
Notícia de hoje foi mesmo a debacle financeira da Force India, que pode mexer em boa parte do grid. A equipe está sem dono há dois meses. Vijay Mallya se retirou da sociedade em maio, assim como já fizera em abril o fundo financeiro sediado em Luxemburgo que respondia pelo CNPJ do time rosáceo. Desde hoje, está sob intervenção de autoridades britânicas — uma espécie de administração de emergência até que alguém compre. E tem quem compre. Não é segredo para ninguém que Lawrence Stroll, pai de Lance, vai arrematar a equipe para colocar seu filho lá. Novidades deverão ser anunciadas em poucos dias.
Por conta disso, há um certo movimento no mercado de pilotos. Com Stroll saindo, abre-se uma vaga na Williams, que pode virar time B da Mercedes. Nesse caso, quem pode correr lá é Esteban Ocon, vinculado à fábrica de Stuttgart. Pérez, por ter uma graninha graúda de patrocinadores mexicanos, pode até ficar na Force India, que obviamente mudará de nome — “Força, Filhão!” é uma possibilidade. Sirotkin é outro que deve espirrar — da F-1, creio. Se a Williams se acertar como filial dos alemães, eles se encarregam de eleger alguém para a vaga. Um Wehrlein da vida, por exemplo.
Ocon também tinha umas paradas amarradas com a Renault. É outra alternativa para o jovem francês, porque Sainz Jr., emprestado aos amarelos pela Red Bull, foi indicado por Fernando Alonso para a McLaren, para o lugar do medíocre Vandoorne — cujo único predicado hoje é ser namorado da filha de Gil de Ferran, que virou chefe da equipe laranja. Mas parece pouco.
Resumindo bem a história, pode ser que — incrível — sobrem algumas vagas para 2019, com as previsíveis dispensas de Vandoorne, Sirotkin e Hartley — o neo-zelandês da Toro Rosso que ninguém entende direito como veio parar aqui, já que estava sossegado criando ovelhas perto de Auckland. E ainda tem a Haas, que não c0nfirmou ninguém para o ano que vem. Até Pérez anda de namorico por ali. Isso para não falar de Leclerc, caso a Ferrari resolva apostar no menino mandando Raikkonen para a aposentadoria. Nesse caso, abre-se um lugar na Sauber, também.
Isso tudo é ótimo para a turminha da F-2 que anda se destacando, molecada que tem na linha de frente pilotos como Norris, Fuoco, Russell e Markelov, além de Sette Câmara, claro.
A briga vai ser boa.
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