Agora com motor de 190 cv, novo Honda CR-V sobe o nível (e o preço) na versão Touring
Fabricado sobre a plataforma dos novos Accord e Civic, o Honda CR-V de quinta geração tem armas suficientes para enfrentar a concorrência diversificada entre os SUVs de luxo na faixa de R$ 150 mil a R$ 200 mil. Entretanto, com o salto da versão única oferecida (da EXL para a topo de linha, Touring) e o acréscimo de 35% de imposto na importação (produção saiu do México para os Estados Unidos), o SUV está bem mais caro no Brasil: chegou em abril por R$ 179.900 e seu preço já foi reajustado para R$ 189.000.
Se ao modelo anterior faltava carisma, a nova geração ganhou “músculos” e dá a sensação de ter mais do que seus 4,59 m de comprimento e 1,85 m de largura. O entre-eixos também cresceu para 2,66 m. O SUV aproveita muito bem essas medidas no habitáculo e oferece espaço suficiente para cinco adultos (e não sete, como se especulou).
Além do acabamento impecável e diferenciado da versão topo de linha, há ajuste elétrico dos bancos para os dois ocupantes dianteiros, incluindo ajuste lombar e duas memórias de posição para o motorista, painel digital com head-up display, sensor de fadiga do motorista, tampa do porta malas com dois sensores antiesmagamento, entre outros. O sistema multimídia é exclusivo do SUV no Brasil, compatível com Android Auto e Apple Car Play.
Conforto e dirigibilidade juntos
A mudança mais bem-vinda da geração anterior para esta é a troca do motor 2.0 de 155 cv de potência e 19,5 kgfm pelo 1.5 turbo de quatro cilindros do sedã Civic Touring, recalibrado para oferecer 190 cv a 5.600 rpm e torque de 24,5 kgfm constante entre 2.000 e 5.000 rpm. A concepção da transmissão continua a mesma, mas com melhorias: o câmbio CVT foi atualizado para oferecer aceleração mais suave em arrancadas e a tração nas quatro rodas agora envia até 40% mais torque às rodas traseiras.
Esqueça o desempenho tímido de seu predecessor: agora o CR-V tem vida. Emendas e pequenas valetas na rodovia são praticamente ignoradas pela ótima suspensão; a adoção de rodas aro 18 e pneus altos (235/60) ajuda bastante no resultado final. Ao mesmo tempo, a dirigibilidade é excelente para um carro tão alto. Sua direção eletroassistida é precisa sem ser excessivamente leve e a carroceria rola bem menos do que se espera em curvas mais fechadas.
Quase perfeito
A Honda quer posicionar o CR-V como opção aos SUVs compactos de luxo, mas a falta de itens de auxílio à condução podem pesar na comparação direta. O CR-V tem o sistema “Lane Watch” que projeta na tela do multimídia a imagem do tráfego lateral quando a seta é acionada. Mas é pouco. O CR-V Touring americano é equipado de série com o sistema Honda Sensing, ainda não homologado para o Brasil, que engloba assistente de permanência em faixa, alerta de mudança de faixa, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e assistente de frenagem de emergência em situação de colisão. Seria a cereja do bolo em um carro surpreendente.
*Texto publicado originalmente na edição 294 (abril/2018) da Revista CARRO
Autor das imagens: Renan Senra