Plymouth Barracuda foi precursor da nomenclatura que dividiu uma era com os muscle cars
Os carros americanos das décadas de 60 e 70 sempre mexeram com o imaginário dos apaixonados por carros. O aspecto musculoso da carroceria gerou um apelido que virou marca registrada: os ‘muscle cars’. Entre os que mais se destacaram estão o Dodge Charger e o Chevrolet Chevelle SS 454, por exemplo.
Pioneiro
Mas eles geralmente eram muito caros e grandes, o que acabou gerando uma demanda por um veículo de mesmas características, mas mais acessível e menor. Foi quando a Plymouth – subdivisão da Chrysler destinada à produção de carros de custo baixo e que disputava mercado diretamente com os carros Chevrolet e Ford – apresentou no dia 1º de abril de 1964 (não, não foi mentira) o Barracuda, duas semanas antes da Ford apresentar o Mustang. A jogada foi proposital para desviar as atenções do público que aguardava ansiosamente a chegada do concorrente. O Barracuda inaugurava, então, uma nova paixão americana, a dos Pony Cars.
Anabolizado
O Plymouth Barracuda contou com versões insanas, como o AAR Cuda destinado a homologação para participar das provas da categoria Trans Am na época, versões com motores V6 e os tradicionais V8 340, 383, 440. O mais potente Barracuda já produzido vinha com o 426 HEMI de 425 cv de potência, tração traseira e câmbio manual de quatro marchas, que permitiam que ele cumprisse o 0-96 km/h (0-100 mph) em 5s8.
Figura rara por aqui
O modelo das fotos é um Plymouth Barracuda 1973. “Meu amigo comprou este carro no terceiro e último dia da feira de Daytona (EUA). Ele tinha ido para lá justamente para comprar um Barracuda, mas não havia encontrado. Quando ele já tinha desistido e quase estava fechando negócio por um Pontiac GTO conversível, ele viu um senhor e uma senhora de mais de 80 anos entrando com este carro na feira. Eles vieram dirigindo este carro da Georgia para lá, ou seja, rodaram mais de 1.000 km até o local para vendê-lo”, explicou Luciano Gomes Silva, que trabalha com compra e venda de veículos antigos e de coleção em São Paulo (SP).
Cerca de três anos após a chegada do carro no Brasil, Luciano fez uma proposta e comprou o Barracuda. “O carro veio pronto de lá. Só abasteci e andei até hoje. A única diferença dele para quando saiu dos Estados Unidos foram as novas rodas Magnum, que eram acessórios de época”, disse Luciano.
Este Barracuda tem o motor de 318 pol³ (que era o mais simples da gama) e câmbio automático torqueflite 727, o mesmo da linha Chrysler dos EUA. “O carro é muito bom de andar e tem mecânica bastante semelhante aos small block utilizados nos Dodge nacionais, a diferença é que estes americanos tem o cabeçote “mais taxado” e carburador Holley Bijet. Tudo isso deixa ele mais esperto”, explicou Luciano.
A cor das fotos também é rara. “A lemon twist era a única cor do catálogo da Chrysler que vinha com um asterisco, pois era mais cara do que as demais. Na verdade, este carro é muito raro no Brasil em qualquer cor. Acredito que tenha menos de 10 desses rodando por aqui”, finalizou Luciano.
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