Nove títulos, cinco de Hamilton, quatro de Vettel: temos a sorte de ver dois dos melhores da história
RIO (ninguém larga…) – O abraço de Vettel em Hamilton ao fim do GP do México fica sendo a imagem da corrida e dos tempos que vivemos na F-1. OK, os campeonatos não são todos emocionantes, nem todas as corridas são espetaculares, mas somos contemporâneos de um penta e de um tetracampeão. Não é pouco.
Sebastian ouviu de Lewis: “Preciso de você lutando comigo no ano que vem“. Claro que a descrição do diálogo entre os dois é a versão oficial, que rodou o mundo. Na real, o que aconteceu foi o que nosso genial Maurício Falleiros conseguiu pescar fazendo a leitura labial por dentro do capacete, usando sofisticado equipamento de raios-X.
Mas tomara, mesmo, que tenhamos uma briga de verdade em 2019. Porque nesta temporada a luta foi intensa apenas na primeira metade, até o alemão bater sozinho e perder uma corrida ganha em Hockenheim.
Ele, no entanto, não acha que foi em casa que perdeu o campeonato. Para o ferrarista, a coisa começou a desandar em Singapura, onde o time vermelho esperava sinceramente reagir depois do desastre da última prova europeia do ano, em Monza. Não rolou. Hamilton ganhou de novo, e venceria as duas seguintes, e fim de papo. A conquista do título, ali, já passara a ser somente uma questão de tempo.
Tempo que se esgotou no México, duas provas antes do encerramento do Mundial. Os GPs do Brasil e de Abu Dhabi serão amistosos novamente.
Hamilton, pela terceira vez, tornou-se campeão sem subir ao pódio na corrida em que definiu as coisas. Em 2008, conquistou o título com um quinto lugar em Interlagos. No ano passado, foi nono no México. Agora, quarto na mesma pista. Em duas oportunidades levantou a taça com vitória: em 2014 em Abu Dhabi e em 2015 nos EUA.
A quarta posição de domingo no Hermanos Rodríguez encerrou uma sequência de nove pódios seguidos do inglês, desde o segundo lugar em Silverstone. A série teve seis vitórias, dois segundos e um terceiro.
O NÚMERO MEXICANO
Uai, isso aí não é um número! É o logo da Mercedes! Sim, sabemos. Conhecido como “estrela de três pontas”. TRÊS, entenderam? Ótimo. Para dizer que os três pilotos na história que chegaram a cinco títulos mundiais em algum momento carregaram esse logotipo no peito. Lewis, o mais novo pentacampeão, nunca pilotou um carro com outro motor na F-1. Está na equipe desde 2013. Antes, na McLaren, corria com os motores alemães. Fangio, o primeiro de todos, conquistou dois títulos pela Casa de Stuttgart, em 1954 e 1955. Já Schumacher, hepta, encerrou sua carreira com três anos não muito brilhantes no time prateado.
E do vencedor, não vamos falar nada?
Vamos, sim. Verstappinho foi grande, dominador, e conquistou sua quinta vitória na categoria. É o piloto que mais venceu sem ter conseguido uma pole na história. Uma hora faz. Max disse que depois de Mônaco passou a “ouvir ele mesmo“. Lá, bateu nos treinos e comprometeu uma corrida que poderia vencer — a Red Bull levou com Ricciardo. Parou de fazer bobagens, amadureceu e mostrou que é um futuro campeão.
Seu parceiro, no entanto, sofreu de novo. Oito abandonos no ano. O que nos leva à…
FRASE DO HERMANOS RODRÍGUEZ
Ricardão: desolado com mais uma quebra
“Às vezes me pergunto o que venho fazer nos autódromos aos domingos. Talvez seja melhor colocar Gasly para correr de vez com esse carro amaldiçoado.”
Daniel Ricciardo, que de bom no fim de semana teve a pole, e só. Largou mal e quebrou a dez voltas do final, quando estava perto do pódio, pelo menos. Gasly será seu substituto no ano que vem na Red Bull.
A equipe não tinha muito o que dizer ao seu futuro ex-piloto. Pediu desculpas, e ficou por isso mesmo. O dia era de festa para seu jovem holandês. E, também, de reconhecimento à fabricante de seus motores, com quem vem trocando farpas faz tempo. Christian Horner fez questão de elogiar a Renault pela vitória de seu menino. O problema no carro do australiano, diga-se, não foi de motor. Aparentemente, algum piripaque hidráulico. Assim é a vida. Enquanto um pena, o outro comemora.
Verstappen festeja: segunda vitória no México, quinta na carreira
Segundo a organização do GP do México, 330 mil pessoas passaram pelas catracas desde a quinta-feira, quando começaram as atividades no autódromo. O público não tinha mesmo do que reclamar, afinal pôde ver pelo segundo ano seguido uma definição de título em terras astecas. Que bela frase, essa: em terras astecas.
E encerramos com o famoso…
Vandoorne: pontos, finalmente
GOSTAMOS – De <<< Stoffel Vandoorne, que depois de 14 corridas em jejum conseguiu pontuar de novo, com a oitava colocação, depois de largar em 15º e cair para último na primeira volta. Fez apenas um pit stop e soube administrar o desgaste de pneus que foi um pesadelo para a maioria dos pilotos.
Pérez: drama mexicano
NÃO GOSTAMOS – De ver a tristeza de Sergio Pérez >>> e do público mexicano, que vibrou com a boa corrida do piloto da casa até ele ter de abandonar, depois de 38 voltas, com problemas nos freios. A cada passagem pelo estádio, a torcida empurrava seu carro cor-de-rosa, que poderia ter chegado em sétimo sem grandes problemas.
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