Mercedes C 200 EQ Boost adota sistema que pode desligar o motor a combustão com o carro em movimento para economizar combustível
Sobriedade é praticamente a marca registrada do Classe C. E o tradicional sedã da Mercedes-Benz manteve o estilo elegante na linha 2019, que estreia ligeiras novidades visuais, na cabine e na mecânica. O sedã ganhou novo para-choque dianteiro, faróis full LED e lanternas com arranjo interno revisto, além de rodas de liga leve redesenhadas.
O modelo chega em quatro versões: C 180 Avantgarde (R$ 187.900), C 180 Exclusive (R$ 188.900), C 200 EQ Boost (R$ 228.900, aqui testada) e C 300 Sport (R$ 259.900). Fabricado em Iracemápolis (SP), o Classe C mantém o motor 1.6 turbo fl ex de 156 cv e 25,5 kgfm nas configurações C 180. A novidade é que o antigo C 250 Avantgarde, que trazia motor 2.0 de 211 cv, foi substituído pelo C 200 EQ Boost.
Ele estreia um inédito 1.5 turbo a gasolina de 183 cv e 28,5 kgfm. O novo motor conta com tecnologias para maior eficiência desde sua concepção. Uma delas é o brunimento cônico das paredes dos cilindros (patenteado pela Mercedes-Benz como Conicshape), a fim de diminuir o atrito interno. Outra é o sistema de variação de levantamento das válvulas (Camtronic), que permite ajuste em dois níveis para reduzir perdas de combustível.
O nome EQ Boost refere-se a um sistema elétrico adicional de 48 V em que o alternador é também um motor elétrico que, além de servir para dar partida no motor, fornece-lhe energia adicional por meio da mesma correia dentada que o aciona. Desta forma, ele pode entregar 14 cv e 16,3 kgfm adicionais ao motor a combustão.
A vantagem do sistema é que ele pode desligar o motor a gasolina quando em modo de deslizamento (roda-livre), contribuindo para a economia de combustível. O motor elétrico do C 200 EQ Boost nunca traciona o carro, como ocorre em modelos híbridos convencionais (Toyota Prius e Ford Fusion Hybrid, por exemplo). O Mercedes traz ainda frenagem regenerativa, que recarrega as baterias com a energia cinética gerada em desacelerações.
Para a marca, o C 200 não é tratado como um híbrido. O sistema EQ Boost é classificado pelo gerente sênior de Vendas e Marketing da Mercedes-Benz do Brasil, Dirlei Dias, como “uma fonte de energia elétrica adicional ao motor a combustão”. Pela legislação brasileira, curiosamente, o C 200 EQ Boost é considerado híbrido para taxação de impostos e benefícios como a isenção do rodízio em São Paulo.
Na pista de testes da CARRO, em Limeira (SP), o C 200 EQ Boost foi de zero a 100 km/h em 8s9 (0s4 mais lento que o C 180 flex). Porém, o novo modelo mostrou superioridade nas retomadas, com os tempos de 6s4 na prova de 40 a 100 km/h (0s2 mais rápido) e 7s7 no ensaio de 60 a 120 km/h (tempo 0s9 menor).
A nova versão do Classe C mostra seu maior trunfo no teste de consumo, com as boas médias de 10,6 km/l no trecho urbano e 16,2 km/l no uso rodoviário. Note que, ao contrário dos híbridos convencionais, o consumo do EQ Boost segue a lógica dos modelos a combustão, com melhor eficiência energética em estrada.
Frenagem ativa
Desde a versão mais básica, o Classe C 2019 traz de série rodas de liga leve de 17 polegadas, pneus run-flat, seletor de modos de condução, central multimídia compatível com Android Auto e Apple CarPlay, monitoramento da pressão dos pneus, ar digital de duas zonas e faróis full LED, entre outros.
Toda a gama do Classe C passa a ser equipada com frenagem ativa de emergência. Com o auxílio de um radar na grade frontal, o sistema pode detectar um acidente iminente e emitir avisos visuais e sonoros.
Se o motorista não demonstrar reação, o carro pode acionar os freios automaticamente para reduzir as consequências ou até mesmo evitar colisões traseiras. Apesar disso, o sedã peca por não oferecer controle de cruzeiro adaptativo, item presente em concorrentes como Audi A4 e o novo Volvo S60 (com estreia marcada para 2019).
A partir da versão C 200, há novo quadro de instrumentos digital com tela de 12,3 polegadas e central multimídia com tela de 10,2 polegadas. O visor do motorista possui três layouts diferentes, que vão desde a simulação clássica de conta-giros e velocímetro analógicos até um modo minimalista onde a rotação do motor mostrada em algarismos numéricos digitais. O C 300 Sport, por sua vez, ficou mais potente, com 258 cv gerados pelo motor 2.0 turbo (aumento de 13 cv sobre o modelo 2018).
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