15 dicas de manutenção para viajar tranquilo

Conheça quais cuidados preventivos tomar com seu veículo antes de sair de férias

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Arquivo O Mecânico

A melhor maneira de evitar dores de cabeça nestas férias de verão é fazer a manutenção preventiva do seu veículo antes de pegar a estrada. Cientes disso, listamos quinze pontos que não podem ser esquecidos no check-up preventivo. Confira as informações do consultor técnico das revistas CARRO e O Mecânico, Fernando Landulfo, professor da escola de Engenharia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), e boa viagem!

 

1) Calibre os pneus quando estiverem frios. Pneus quentes podem fazer o calibrador retirar ar do pneu por ele estar dilatado. Ao esfriar, o pneu ficará com menos ar do que deveria. Lembre-se: pneus murchos aumentam o consumo de combustível, fazem a direção puxar e desgastam de forma irregular, enquanto os muito cheios deixam o carro desconfortável e também se desgastam de forma irregular. Veja no manual (ou no canto da porta do motorista) quais são as pressões recomendadas pelo fabricante do veículo.

3) Abasteça o carro somente em postos de confiança. Mal funcionamento do motor, perda de potência e aumento do consumo são apenas as consequências iniciais de se usar combustível adulterado. Gasolina (ou até etanol) ruim entope o filtro de combustível, impedindo o fluxo da alimentação e, claro, interferindo no rendimento do motor. Além de afetar a bomba de combustível – peça bem mais cara que o filtro. Evite problemas trocando o filtro no prazo correto da fabricante. Se você não souber, adote o período de 20 mil km.

5) Nunca deixe de substituir o filtro de óleo do motor juntamente a cada troca. Fazendo uma comparação chula, é como tomar banho e não trocar as roupas íntimas. Quando está saturado de sujeira, o filtro deixa de reter as impurezas sólidas geradas pelo funcionamento do motor. Nessa condição, o filtro tem uma válvula de segurança para impedir que essa que essa sujeira volte para o circuito, mas o óleo não será mais filtrado, ficando cada vez mais contaminado. Por isso, o melhor a fazer é trocar o filtro a cada troca de óleo.

7) Aproveite também para trocar as palhetas do para-brisas. A troca periódica das palhetas, que se ressecam naturalmente com o tempo, garante uma boa visibilidade em dias de chuva.
São componentes de baixo custo e alta segurança.

9) Respeite o período de troca de velas, cabos e bobinas de ignição. Se desgastados, provocam falhas de ignição e aumentam o consumo de combustível e a emissão de poluentes, diminuem a vida útil do catalisador e da sonda lambda (sensor de oxigênio), além de aumentar a carbonização interna do motor. Se a manutenção for totalmente negligenciada, pode fazer um ou mais cilindros pararem de funcionar, imobilizando o veículo. Não realizar a manutenção preventiva pode danificar ainda a bobina, o catalisador e sonda lambda. “Se o veículo tiver distribuidor, inclua o rotor e a tampa do mesmo. São peças baratas que podem poupar uma grande dor de cabeça”, afirma Landulfo.

11) Utilize sempre o fluido de freio recomendado pelo fabricante do veículo. Se não for trocado no prazo de um ano ou com 10 mil km, fica contaminado com água, que provoca a ebulição do fluido durante longas frenagens. Em trechos de serra, o veículo pode ficar sem freios. “O fluido deve ter coloração clara. Fluidos turvos e escuros já passaram da hora da troca”, afirma o professor.

13) Exceto em emergências, não complete o líquido de arrefecimento com água da torneira. Use sempre o fluido de arrefecimento na diluição correta entre água e aditivo recomendada pelo fabricante do veículo (atenção: alguns fluidos já vêm diluídos). O período de troca varia entre um e dois anos ou o recomendado no manual do veículo. Além disso, sua coloração deve ser clara. Quando sujo, contaminado por ferrugem e sem aditivação, tende a travar a válvula termostática, assim como, prejudicar o funcionamento da bomba d’água.

15) Substitua o filtro de cabine no período correto. O filtro de cabine evita que haja a proliferação de fungos e bactérias que não só contaminam todo o sistema de climatização como podem provocar mau cheiro e trazem risco de doenças respiratórias e alergias. A substituição do filtro também mantém a integridade do sistema do ar condicionado.

2) Fique atento ao desgaste da banda de rodagem do pneu. Preste atenção à marca TWI, ressalto que fica no sulco do pneu. Quando ela coincide com a banda de rodagem, é hora de trocar. “Pneus com 3 mm de profundidade de sulco, apesar de ainda estarem dentro da legalidade, merecem maior atenção”, afirma Landulfo. Além do risco de aquaplanagem em situação de chuva, pneus carecas tendem a furar e se deformar com maior facilidade. Pneus com bolhas, trincas nas laterais ou com excesso de consertos podem estourar e provocar acidentes graves.

4) Troque o óleo do motor no período determinado pela fabricante do veículo. Óleo vencido fica impregnado com impurezas sólidas que desgastam as partes internas do motor e contaminam o combustível, diminuem a viscosidade do lubrificante e sua capacidade de vedação. Isso faz com que o óleo passe pelos anéis do pistão e seja queimado na câmara de combustão, o que aumenta a emissão de poluentes, prejudica o catalisador e a sonda lambda. Isso sem falar na grande possibilidade de formação de borra, que entope as galerias de lubrificação causando graves danos ao motor que pode repentinamente parar. Se o seu carro só trafega na cidade, há outro agravante: adote o período de troca de óleo previsto para uso severo ou extremo. Trânsito urbano desgasta mais o carro do que o rodoviário em todos os sentidos.

6) Aproveite a parada e substitua também o filtro de ar. Uma peça barata que, se for trocada preventivamente, pode prevenir incômodos como baixo rendimento, desgaste antecipado do turbo, marcha lenta irregular, alto consumo e excesso de emissões. Um filtro de ar em bom estado colhe as impurezas contidas no ar aspirado pelo motor e enviado para a câmara de combustão, e evita que impurezas sólidas contaminem o óleo lubrificante e danifiquem as peças internas, fazendo o motor consumir mais e queimar óleo lubrificante, diminuindo sua vida útil.

8) Não fique no escuro: troque as lâmpadas preventivamente. As lâmpadas tendem a enfraquecer com o tempo, diminuindo a sua luminosidade, observa Landulfo. Trocá-las preventivamente garante proteção contra queimas inesperadas. Mas evite comprar produtos muito baratos, de qualidade duvidosa, e que não terão tanta durabilidade. Por outro lado, não abuse: lâmpadas mais fortes do que as originais podem prejudicar seriamente o sistema elétrico do veículo.

10) Sempre prefira trocar os elementos de desgaste do freio. Mais importante do que fazer o veículo andar é fazê-lo parar. Pastilhas e lonas de freio em fim de vida útil tendem a fazer o pedal de freio baixar, dando a impressão de falta de fluido. Discos e tambores de freio excessivamente gastos apresentam o mesmo sintoma das pastilhas excessivamente gastas, por isso, sempre opte pela troca. No caso de uma frenagem brusca, o carro pode simplesmente não parar. “Para que rodar com um freio ruidoso, com vibrações e que pode falhar a qualquer momento? Essas peças são baratas, porém de extrema importância no conforto e segurança do veículo. A prevenção é o melhor remédio.”, pondera o especialista.

12) Peça ao seu mecânico para inspecionar molas e amortecedores. Quem suporta o peso do veículo e sua carga são as molas. Quando se desgastam por fadiga, o veículo tende a abaixar. Se não trocadas, sobrecarregam os amortecedores e diminuem suas vidas úteis. Já a função do amortecedor é reduzir as oscilações da suspensão e com isso manter as rodas em contato com o solo. As fabricantes estimam que um amortecedor dure de 40 a 60 mil km, dependendo da peça e do piso sobre o qual o veículo roda: quanto mais regular, maior será a sobrevida. Vazamentos, ruídos (batidas) e falta de eficiência em piso irregular podem indicar o fim da vida útil da peça. “Amortecedores novos montados com molas cansadas se desgastam mais rápido. Além disso, a troca dos batentes, coxins e rolamentos do amortecedor evita ruídos na suspensão. A troca é sempre do conjunto completo”, recomenda Landulfo.

14) Não viaje com bateria velha. Quando não consegue mais segurar carga, a bateria pode causar falhas de ignição, de injeção e prejudica o funcionamento dos demais sistemas, incluindo o alternador. Nesses casos, fazer o motor pegar no tranco pode tirar uma correia dentada de ponto ou danificar o sistema de transmissão. Da mesma forma, partida com bateria auxiliar (chupeta) pode danificar o alternador ou o gerenciamento eletrônico do veículo se não for feita do modo adequado. “Antes de viajar é recomendável procurar um mecânico especializado e fazer um teste de descarga na bateria, fuga de corrente do veículo e recarga do alternador. Uma prevenção que pode poupar o usuário de uma cara dor de cabeça. “Os socorros são caros”, adverte Landulfo.

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