Dirigir um Porsche Panamera Turbo no trânsito requer certo cuidado, mas em rodovia não há nada melhor que seu motor V8 biturbo de 550 cv
Antes de sair com o Porsche Panamera Turbo pelas ruas de São Paulo/SP, pedi ao Leonardo Barboza, editor de testes da Revista CARRO, que me ajudasse a decifrar algumas funções dos números botões no volante e no console central que comandam tanto as telas do painel de instrumentos (uma de cada lado do conta-giros analógico) quanto o multimídia.
Mesmo sendo comandos relativamente intuitivos, levamos mais de 15 minutos para repassar tudo, desde os modos de direção do sistema Sport Chrono, altura e rigidez de suspensão, aerofólio retrátil, sistema de som, GPS, climatização, até o acionamento do botão de vidro elétrico traseiro que, ao segundo toque, levanta a cortina por dentro da janela.
Essa familiarização prévia com os comandos é importante para não se distrair nem fazer bobagem no trânsito com um carro de preço bastante próximo dos sete dígitos. A posição de dirigir baixa faz com que os 5,04 m de comprimento pareçam ainda mais longos. Seus mais de 2 metros de largura (com os retrovisores) também exigem cuidado com os corredores de motocicletas entre as faixas – que, como todo motorista na capital paulista sabe, é um fator de risco. Literalmente.
Nascido para viajar
Lógico, um superesportivo grã-turismo com motor 4.0 V8 biturbo de 550 cv de potência não foi feito para enfrentar engarrafamentos diários, mas, se for o caso, o Porsche Panamera Turbo trata os quatro ocupantes com todo o conforto possível em um veículo de luxo como este. O motorista tem vida fácil: dispõe de controle de velocidade de cruzeiro adaptativo desde os 30 km/h, assistente de mudança de faixa desde os 15 km/h e de manutenção de faixa a partir de 65 km/h, incluindo reconhecimento de sinais de trânsito. Em situações de manobras, há vista de 360 graus na tela do multimídia proporcionada por 4 câmeras externas. Vê-se tudo ao redor nas situações de manobra em baixa velocidade.
Mas o melhor mesmo é acelerar o Panamera onde ele se sente mais confortável: em longas e largas rodovias. Por suas dimensões, não é um esportivo ágil como o 911 ou o 718 Boxster, mas seu comportamento dinâmico nem de perto reflete os 1.995 kg de seu peso total. Isso se deve à suspensão pneumática adaptativa, ao sistema de estabilização ativa das oscilações da carroceria e ao sistema de vetorização de torque, que otimiza o contorno das curvas ao atuar no freio da roda traseira interna.
Se você quiser diversão, coloque no modo de direção “Sport Plus” para acordar toda a fúria do motor V8 e deixar seu comportamento mais nervoso e firme. Nessa configuração, o Panamera Turbo acelera de zero a 100 km/h em 3s6 e retoma de 80 a 120 km/h em menos de 2s4. Claro, o consumo de 10,5 km/l em rodovia só se atinge em modo “Normal”, porém os 90 litros de capacidade no tanque de gasolina levam o grã-turismo à autonomia combinada entre cidade e rodovia de 738 km. Sufi ciente para experimentar tudo o que um carro como esse tem a oferecer sem nem se preocupar em reabastecer tão cedo.
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