O Toyota Camry oferece muito conforto e motor aspirado V6 3.5. Uma opção executiva para quem não abre mão de desempenho
Sleeper é um termo utilizado para designar um carro de visual despretensioso, porém, com muito desempenho sob o capô. Assim pode ser vista a oitava geração do Toyota Camry, que apareceu no Salão de Detroit do ano passado, nos Estados Unidos, e é vendida no Brasil por R$ 206.200. Construído sobre a plataforma TNGA (Toyota New Global Architecture), compartilhada entre o híbrido Prius e o utilitário esportivo C-HR, o luxuoso sedã oferece generosos 4.885 mm de comprimento e 2.825 mm de entre-eixos. São dimensões semelhantes aos rivais Ford Fusion, Honda Accord e Volkswagen Passat.
As linhas revelam pitadas de esportividade sem perder a elegância. Nos Estados Unidos, ele é comercializado em dez versões, incluindo uma variante híbrida. O mercado norte-americano é um dos mais importantes para o Camry, aliás, lá fora ele é considerado o irmão menor do Avalon, cujas medidas são de 4.963 mm de comprimento e 2.870 mm de entre-eixos.
O Camry revela uma dupla personalidade. Ou seja, é um canhão de acelerar ao mesmo tempo que transmite um alto nível de conforto ao conduzi-lo tranquilamente. O motor aspirado V6 3.5 é uma usina de força e, ao pressionar o pedal do acelerador, o Toyota arranca com muito vigor apesar de seus 1.540 kg. Também pudera, pois são 310 cv de potência e 37,7 kgfm de torque. O câmbio automático é de oito marchas. Em nossos testes no Campo de Provas da ZF, em Limeira/SP, o zero a 100 km/h ocorreu em 7s21. A tração é dianteira.
O Camry fez retomadas de 40-100 km/h em 5s44 e de 80-120 km/h em 4s78. Mais rápido frente o Ford Fusion Titanium AWD, com motor turbo 2.0 EcoBoost e tração integral, que precisou de 6s42 e 5s22. Todo esse poderio cobrou seu preço no consumo: a média PECO (55% cidade e 45% estrada) foi de 10,5 km/l.
Ou seja, cavalo que anda é cavalo que bebe. Embora tenha dimensões avantajadas, a dinâmica do Camry é apurada. Outra característica de destaque está no acerto das suspensões, assim como no isolamento acústico e no abundante espaço para os passageiros traseiros.
A qualidade dos materiais é elogiável e aparece nos detalhes imitando madeira. Entre os itens de série, a versão XLE oferece ar-condicionado de três zonas, purificador de ar Nano-e, bancos dianteiros reguláveis eletricamente, airbag de joelho para o motorista, multimídia com tela tátil de 8” e cortina de privacidade traseira acionada eletricamente, só para citar alguns. Uma sala de estar ambulante, mas que custa R$ 46.300 a mais que o Ford Fusion EcoBoost ou R$ 36.210 extras em relação ao Volkswagen Passat Highline já equipado com o teto solar panorâmico (opcional).
Veja a tabela de teste com os números de pista do Toyota Camry XLE:
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