Nos braços do povo: festa mais do que merecida para um dos maiores de todos os tempos
RIO (tirando coisa da frente) – Foi uma vitória tão clara, límpida, cristalina, dominante, incontestável, que sobraram poucas coisas para se falar sobre o GP da Inglaterra. Porque lá, naquela ilha gelada, até há uma polêmica em curso: a história de Hamilton não ter ido para o “F1 Live” em Londres para se concentrar na prova, quando na verdade estava dando uma festa na Grécia, ou algo do tipo.
Bom, esse tipo de fofoca não me interessa muito (mentira, interessa sim!) e o cara que se entenda com seus torcedores e com a imprensa local, ela que fica pegando no pé de qualquer um que seja minimamente conhecido naquele país onde as pessoas dirigem do lado errado. A imprensa britânica é insuportável com algumas coisas, se mete na vida de todo mundo, leva as celebridades, sub-celebridades, ante-celebridades, pós-celebridades, ex-celebridades e parentes de celebridades à loucura.
Hamilton disse que responde na pista e encerrou o assunto. A Mercedes também não deu a menor bola. Também, só faltava…
Outro episódio sobre o qual se poderia polemizar foi seu mergulho no povo para comemorar que deixou Bottas e Raikkonen esperando na sala de entrevistas coletivas. Mas querem saber? Pô, dane-se o protocolo! Danem-se os horários! O cara da FOM/Liberty, se estivesse apurado, que começasse as entrevistas sem ele. E nem foi o caso, deixem os meninos comemorarem, sejam quem forem os meninos e os motivos. Essa rigidez de regras, procedimentos, agendas e que tais enche bastante o saco.
Além do mais, Hamilton tinha todos os motivos do mundo e mais alguns para festejar como bem entendesse. O que ele fez ontem é raro — dominar uma corrida no seu quintal desse jeito, quase empatar o campeonato, quebrar mais recordes. Alegria nunca é demais.
No pódio, ontem, Lewis foi entrevistado por Jenson Button — que se saiu muito melhor que aquele mala do Davide Valsecchi. Foram companheiros de equipe, são contemporâneos, o papo flui melhor. Até porque Jenson é gente boa. E por ser quem é, um gente boa, será dele a…
FRASE DE SILVERSTONE
Button: pódio inédito
“Esta é a primeira vez que consigo subir neste pódio!”
Button disputou 17 GPs da Inglaterra por Williams (2000), Benetton (2001), Renault (2002), BAR (2003 a 2005), Honda (2006 a 2008), Brawn (2009) e McLaren (2010 a 2016), e teve três quartos lugares como melhores resultados (2004, 2010 e 2014). Nenhuma pole, tampouco. Um segundo lugar no grid, em 2005, foi o melhor que conseguiu. Semelhante à “maldição de Interlagos” para Barrichello.
Como se vê, tive de escolher um cara que não correu para selecionar a melhor frase do fim de semana. Mas deve ter havido outras, certamente. É que eu tinha separado a foto e achei realmente curiosa essa trajetória fracassada do ex-piloto inglês (que ainda está sob contrato da McLaren) em casa.
Mas voltemos a quem disputou a prova. Bottas merece algumas palavras, pela incrível consistência que vem apresentando nesta temporada — a ponto de receber de Hamilton um largo elogio dia desses (“Seu campeonato tem sido melhor que o meu”, disse o inglês. São sete pódios em dez corridas, e nas últimas quarta etapas ele venceu uma e chegou em segundo em três. Hamilton, só para comparar, tem seis pódios neste ano.
O resultado disso é que Valtteri, quietinho, quietinho, entrou na briga pelo título. O que nos leva ao…
NÚMERO DA INGLATERRA
…pontos é a diferença agora entre Bottas (154) e Vettel (177), o líder do Mundial. Entre eles está Hamilton, com 176. Ou seja: a diferença para ambos é menor do que a pontuação destinada ao vencedor de um GP. Isso, reforço, coloca o finlandês, sim, na condição de brigar forte pela taça. Algo que, sinceramente, eu não esperava que fosse acontecer. E que, sinceramente, acho que não vai acontecer.
Bom, Bottas não foi o único destaque da corrida, e acho que este GP não pode passar sem uma menção a Hülkenberg, sexto colocado, igualando o resultado da Espanha — o máximo que a Renault conseguiu até agora.
É pouco? Longe disso. Nico marcou 26 pontos no campeonato até agora, todos os da equipe francesa, e passou Massa na classificação, assumindo o décimo lugar entre a pilotaiada. E digo mais. Se a Renault tivesse mais um piloto — Palmer é algo que lembra remotamente aqueles profissionais pagos para dirigir carros –, estaria na briga com Williams, Toro Rosso e Haas pelo quinto lugar entre os construtores. Está atrás de todas, mas já chegando. E tudo graças ao bom alemão.
Que, segundo a imprensa europeia (genericamente, isso saiu em vários países), poderia ter um novo companheiro de equipe já a partir do GP da Hungria. Sainz Jr., que andou falando mal da Toro Rosso, da Red Bull e dos energéticos em geral, não quer ficar no time no ano que vem e começou a mexer seus pauzinhos. Estaria prestes a vestir amarelo e a surpresa viria em Budapeste.
Sabe-se que a Red Bull, dona de seu passe, não gosta muito dessas demonstrações de falta de gratidão e de apreço pelas latinhas e seu programa de formação de pilotos que tantas chances dá a tantos jovenzinhos como o espanhol, e por isso estou achando que ele acaba saindo, mesmo. Mas já na Hungria? A Renault diz que não. Ainda tem o fator Kubica para se levar em consideração. Aguardemos. Agora, que seria ótimo para a Renault, seria. E para a Toro Rosso? A substituição seria tranquila, era só chamar Gasly. Duro é ficar com Kvyat, cada vez mais atrapalhado.
Vamos à visão do Maurício Falleiros sobre o GP?
Falle1ros
E já volto para terminar.
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