ÚLTIMA CHANCE

alonso2018

RIO (sempre há) – Alonso renovou seu contrato com a McLaren por um ano, em meio a juras de amor ao time. Está em sua segunda passagem por Woking, depois da estranha temporada de 2007, quando chegou pela primeira vez com um bicampeonato no bolso, bateu de frente com o estreante Hamilton e foi embora no ano seguinte.

Depois disso, Alonso teve uma carreira que poderia ser chamada de errática, não fossem os destinos que escolheu, que estão longe de ser medíocres: Renault, Ferrari e McLaren de novo. O que se tornou errático, na verdade, foram seus resultados. Porque nem dá para falar em desempenho e performance — ele continua bom como sempre foi, talvez melhor.

Alonso voltou à McLaren em 2015, junto com a Honda. Era um trio promissor: equipe grande, rica, piloto excepcional, fábrica de motores com um passado exuberante.

Deu tudo errado. A Honda não se entendeu com essa mistureba de motor turbo com elétrico, passou a quebrar só de olhar e virou motivo de chacota. Alonso sofreu, e continua sofrendo. Seu único bom momento nesse período foi em outra categoria, o mês de maio deste ano, quando se dedicou de corpo e alma às 500 Milhas de Indianápolis. E fez bonito.

A McLaren rompeu com a Honda, entre outras coisas porque se não o fizesse, perderia Alonso. Vem a Renault, com quem o asturiano ganhou seus dois títulos mundiais, em 2005 e 2006. A Renault não tem o melhor motor do mundo, primazia da Mercedes, mas está longe de ser ruim. Já ganhou corridas neste ano com a Red Bull. Da mesma forma, o carro atual da McLaren não é ruim. Quando não quebra nada e consegue fazer um treino sem grandes problemas, se classifica entre os dez primeiros mesmo com um motor ruim e pouco potente. Dá para imaginar que se tivesse uma unidade de potência melhor, estaria pelo menos brigando por pódios.

É o que todos esperam para 2018. Uma McLaren, com Alonso, brigando com Red Bull e Ferrari, pelo menos. Com um pouco de sorte — se o time fizer um carro excepcional –, dá para pensar em ganhar um GP ou outro. Com muita sorte — um carro mais do que excepcional –, dá até para ser campeão. Com muito azar — a McLaren fazer um carro desastroso –, Fernandinho desiste de vez. Por isso que assinou só por um ano.

Sinceramente, torço muito para que a McLaren acerte a mão, para que Alonso, ao menos, tenha a chance de brigar de novo. Uma disputa quádrupla, com Mercedes, McLaren, Ferrari e Red Bull armadas até os dentes, com pilotos como Hamilton, Alonso, Vettel, Ricciardo e Verstappen lutando por vitórias, é um cenário de sonhos.

Sonhar não custa nada.



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