SOBRE ONTEM À TARDE

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Winnie Harlow: sem culpa nenhuma na trapalhada

MOSCOU (claro que vai ter!) – Buenas, macacada. Pensaram que não teríamos o “Sobre ontem…”? Nada. Tudo anotadinho, só agora consegui um tempo para rabiscar estas mal-traçadas, então vamos logo a elas.

E começamos com a imagem do domingo em Montreal, aí do lado, assumindo desde já um desagravo à linda Winnie Harlow, topmodel canadense a quem coube dar a quadriculada para encerrar o GP de seu país.

Já mencionamos o tema no textão de ontem, mas vale a pena reforçar: ela não teve culpa de nada. Aliás, Charlie Whiting a isentou de qualquer responsabilidade. As pessoas convidadas para essa missão devem ser bem instruídas. O ritual de encerrar uma corrida é importante, e por isso mesmo quemé escalado deve receber explicações bem detalhadas. E é óbvio que largaram Winnie aos leões.

Com isso, ela terminou a prova na volta 69 de 70 — e por isso valeu o resultado da 68ª, já que a primeira bandeirada foi para um retardatário, que estava na volta 68.

No que fez muito bem, diga-se. A corrida estava uma merda. Foi um favor que nos fez, ainda que os pilotos tenham dado mais uma volta, just in case.

Mas como regras são regras, um GP acaba quando a quadriculada é mostrada ao vencedor, e não importa quem a agita. Assim, para todos os efeitos, foram 68, e não 70 as voltas da etapa de Montreal.

Winnie, que tem vitiligo e é uma ativista pica das galáxias pelas causas de aceitação social e profissional de pessoas que tenham alguma doença, seja qual for, lidou com bom humor com a situação.

Escreveu no Instagram:

“QUANDO DIZEM PARA VOCÊ AGITAR A BANDEIRA CEDO DEMAIS! Você tem uma missão, senhor!!! Hahaha! Mas estou muito feliz que todos saíram inteiros hoje e ninguém se machucou por causa disso!”

Grande menina! Da próxima vez, que esses tontos expliquem direito o que fazer, como e, principalmente, quando. Pelé já deu uma dessas, lembram? Só que esqueceu de dar a bandeirada ao vencedor no Brasil, já não lembro o ano.

O NÚMERO DE MONTREAL

sobrecan185…GPs completou ontem Fernando Alonso, o que faz dele o quarto piloto com mais presenças em corridas na história. Só perde para Barrichello (326), Button (309) e Schumacher (308). Mas não são exatamente 300 largadas. Em três ocasiões (Bélgica/2001, EUA/2005 e Rússia/2017), o espanhol empacou antes de começar a prova. Isso também aconteceu com os outros três mencionados. Em GPs efetivamente disputados, a conta tem Barrichello (322), Schumacher e Button (306) e Alonso (297). Mas os pilotos não são tão rigorosos assim. Em geral, vale a presença num GP, mesmo se o cara quebra saindo dos boxes a caminho do grid. Afinal, treinou, classificou, participou do fim de semana da corrida. Ah, vale lembrar: Fernandinho abandonou, coitado. Problema na pressão do turbo.

Haveria alguns outros números que poderiam ter sido escolhidos para marcar esta prova. Como por exemplo o belo 50, das vitórias de Vettel, o simpático 32, das corridas seguidas que Hamilton completou nos pontos, ou o sofisticado 48, das voltas que Grosjean completou de pneus ultramacios até fazer seu pit stop.

sobrecan182Mas gostamos de dar uma espetadinha em Alonso às vezes. Só que ele nem deve estar lendo isso aqui. Mal acabou a corrida, pegou um avião para a França e hoje já participou das primeiras atividades promocionais em Le Mans, onde ficará até domingo, e de onde espera sair com o lindo troféu das 24 Horas com seus parceiros de Toyota. E nosso cartunista oficial Maurício Falleiros não perdoou — está aí ao lado sua deliciosa leitura da situação alônsica.

Depois, o asturiano terá mais três GPs de F-1 seguidos. Contando o do Canadá, serão cinco finais de semana correndo, sem tirar de dentro. Ô vidão.

E Alonso continua no centro do noticiário, agora que insinuou que está pensando em correr na Indy pela McLaren no ano que vem. “Uma decisão importante será anunciada depois do verão”, falou. Oxe. Vamos esperar, então.

A prova no circuito Gilles Villeneuve, fraca, foi também árida em boas declarações. Vamos voltar ao caso da bandeirada, então.

A FRASE CANADENSE

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Charlie com Vettel: acontece

“Cometer erros é humano. Temos diferentes sistemas de comunicação e diferentes idiomas em cada circuito. Poderíamos pensar em substituir a bandeira por painéis de sinalização LED, mas seria um método muito chato para um problema que ocorre uma vez a cada dez anos.”

Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, sobre a bandeirada antes do tempo em Montreal. Como não houve ultrapassagens na volta restante, ficou tudo bem. Mas Vettel se assustou com os bandeirinhas comemorando na beira da pista, com a turma acelerando fundo ainda.

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Final válido em Montreal: 68 voltas

Aceleraram à toa porque, como já informado, o resultado da prova ficou sendo o da volta 68, como mostra a imagem à esquerda. E não tem muito mais para falar do GP do Canadá, não. O vexame de Stroll em casa? Fraco.

A discrição de Hamilton?

OK. Mas a Mercedes explicou mais ou menos o que aconteceu. Informou que desde a primeira volta um problema qualquer na carenagem estava levando seu motor a superaquecer. Ele fez a corrida toda olhando para o ponteiro da temperatura — modo de falar, gente, eu sei que não tem ponteiro de temperatura em carro de F-1.

“Poderia ter perdido mais pontos hoje”, falou Lewis. “Um quinto lugar não é grande coisa, mas podia ter sido muito pior.” De acordo com a equipe, o tal problema na carenagem foi resolvido no pit stop — o que explicaria a parada tão cedo, na 17ª volta. Mas ele acabou perdendo a quarta posição para Ricciardo nos boxes.

E agora precisamos encerrar, porque já são 4 da manhã aqui. Vamos deixar o glorioso “Gostamos & Não gostamos” sem fotos e bem resumidinho assim, ó:

GOSTAMOS - De Leclerc em décimo, ótimo piloto, vai longe o rapaz.

NÃO GOSTAMOS – Da corrida em si. Foi a terceira seguida que não agradou.



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