Desde 1990, um evento o qual jamais deixei de ir é o Salão do Automóvel de São Paulo Naquela ocasião, eu tinha apenas oito anos de idade, mas me lembro como se fosse hoje da mítica Ferrari F40. Neste ano, fui convidado a visitar o evento nos dias dedicados à imprensa, que antecedem a abertura ao público, e pude conferir detalhadamente os lançamentos e as tendências para os próximos anos. Como são dois dias de visita, vou registrar em duas colunas, aqui no Carsale, as minhas impressões sobre o que vi no salão. Nesta primeira, conto o que achei de mais interessante no estande de cada fabricante. Vamos lá?
Chevrolet
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O maior destaque é o novo Camaro, nas versões coupé e conversível, mas foram outros dois carros que chamaram a minha atenção: a aguardada nova geração do Cruze hatch e o SUV Tracker reestilizado. Em minha opinião, o Tracker melhorou consideravelmente em termos visuais e, principalmente, pela adoção do motor 1.4 turbo. Com isso, ele tem atributos para vender mais, pois trata-se de um carro que, para mim, será bem aceito no mercado de usados por unir um motor moderno com um conjunto bem acertado.
Muito também foi dito sobre o sistema da Chevrolet de conectividade OnStar, que permite monitorar diversas funções do carro. São mais de 20 serviços de emergência em segurança, navegação, concierge (auxílio geral), diagnóstico e conectividade, disponíveis em todos os modelos da marca.
Fiat
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Fiquei encantado com a beleza do 124 Spider, um carro que entrega toda a pureza de um legítimo esportivo: dois lugares, tração traseira, motor turbo e câmbio manual de seis marchas. Mas os destaques da Fiat ficam para a nova geração de motores FireFly, disponíveis para Mobi e Uno. No primeiro, apenas a opção 1.0 de três cilindros; já no segundo há também a opção de um bloco de quatro cilindros 1.3. Apesar de ambos utilizarem apenas duas válvulas por cilindro, contam com tecnologia de ponta para fazer desses carros modelos extremamente econômicos. Aposto minhas fichas que farão muito sucesso no mercado de usados daqui um tempo.
Também foi apresentada a Toro com o elogiado motor 2.4 flex, que entrega 186 cv quando abastecido com álcool. A picape, que vem acumulando números de vendas expressivos, deve continuar entre as primeiras posições do segmento por algum tempo.
Kia Motors
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Muito se falou sobre a alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de anos atrás, que prejudicou bastante as operações da marca aqui no Brasil. Mesmo assim, não faltam boas opções no leque de produtos da empresa coreana. Quem deve se dar bem é o novo Cerato, que passa a vir do México com preço competitivo (a partir de R$ 76.990). Outro que me agradou bastante foi o sedã Optima GT, equipado com um moderno motor 2.0 turbo que entrega ótimos 245 cv de potência. Já o Kia Rio, apresentado em salões passados, mais uma vez ficou só na promessa. Será que ele vem, mesmo?
Chrysler/Jeep/Dodge/RAM
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A marca Jeep foi das que mais cresceu no último ano. Muito graças ao sucesso do Renegade, apresentado em uma nova versão de topo, denominada Limited. Aproveitando esse bom momento, a marca mostra o novíssimo Compass, que aparece para ocupar a lacuna que existia entre o pequeno Renegade e o Cherokee. Com motor mais forte e espaço interno maior que o do seu irmão menor, além de preço competitivo, tem tudo para ser o novo sucesso de vendas da marca.
As outras marcas do grupo tiveram destaques pontuais, como a Chrysler Pacifica, van de oito lugares e muito luxo; o Dodge Challenger HellCat, legítimo muscle car com estúpidos 717 cv de potência; e as grandalhonas picapes 1500 e 2500 da RAM.
Ford
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A marca do oval azul apresentou a nova geração do Mustang. Até aí, tudo bem, afinal, ela sempre mostrou seu maior esportivo nos salões. Mas, ao que tudo indica, dessa vez o Mustang será, de fato, importado de forma oficial, com previsão de vendas para o último trimestre de 2017.
Entre os carros mais acessíveis, o Ka foi apresentado em uma nova versão, com apelo aventureiro. A receita é a mesma utilizada por outros fabricantes: suspensão um pouco mais alta, pneus de uso misto e acabamentos diferenciados.
Volkswagen
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Para os apaixonados pelo clássico esportivo nacional Gol GT, a Volks apresentou um conceito de muito bom gosto, mas que claramente jamais deverá ganhar as ruas. Atualmente, o leque de produtos da marca é grande e poderia não comportar uma versão esportiva em um de seus modelos mais simples.
Também foram apresentados os novos modelos com motores da família TSI, sendo o do Golf 1.0, a Golf Variant 1.4 flex e o Tiguan 1.4.
Toyota
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Marca consolidada no Brasil como sinônimo de qualidade, a japonesa apresentou a sua linha de produtos sem muitas novidades. Destaco o Etios automático, carro que, arrisco dizer, será um queridinho no mercado de usados. E digo isso pensando no longo prazo, coisa de dez, 15 ou 20 anos. Isso porque o Etios é um carro simples e robusto, que só precisava do conforto do câmbio automático para ficar mais interessante. Ele continua feioso, mas as suas qualidades dinâmicas compensam essa falta de beleza.
Audi
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Nada menos que a atriz Isis Valverde e o skatista profissional Bob Burnquist foram os responsáveis por mostrar os destaques da marca premium alemã no Salão do Automóvel 2016. A identidade visual da Audi é tão forte que fica difícil dizer quais são os modelos quando vistos de frente. Contudo, eles são inegavelmente belos, tecnológicos e nervosos. Os destaques ficam para a versão Performance dos modelos RS6 e RS7, com 605 cv de potência, e para o novo cupê S5.
Mercedes-Benz
A atual tricampeã mundial do campeonato de construtores da Fórmula 1 mostrou um conceito com foco total na aerodinâmica. Também apresentou vários modelos das versões apimentadas da linha esportiva AMG. Entretanto, ficou claro que a marca está interessada no segmento de SUVs, uma vez que possui modelos de todos os tamanhos. Mas destaco o belíssimo superesportivo AMG GT S, sem dúvida, um dos carros mais bonitos do Salão do Automóvel 2016.
Nissan
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O segmento das picapes médias tem uma nova concorrente de peso. Pelo menos esta é a aposta da Nissan com a nova geração da Frontier. Em termos de design, o resultado foi muito bom, mesmo sendo um tanto conservador. Já no restante da linha, nenhuma novidade para March, Versa, Kicks e Sentra. Lamento a ausência do Altima e, por que não, do Maxima. Eu iria à loucura se eles trouxessem o maior sedã da marca, mesmo se fosse apenas para demonstração.
Honda
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O futurista e belo Civic de décima geração já não é mais novidade, mas é um dos destaques da Honda no salão. Entretanto, o modelo mais aguardado da marca era o novo crossover compacto WR-V, baseado no Fit. Para mim, o resultado não foi dos melhores. Mas, como todo Honda, deverá agradar em cheio o mercado. Aposto que, no futuro, o WR-V será um dos queridinhos do mercado de usados pelo fato de contar com as qualidades do Fit.
Quem também deu as caras no Salão do Automóvel 2016 foi o piloto inglês Jenson Button, campeão mundial de Fórmula 1 em 2009. Simpático, ele falou com os jornalistas presentes e posou para fotos ao lado de sua McLaren Honda.
Renault
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A Renault é outra marca que vai apostar no segmento dos SUVs com três modelos de tamanhos distintos: Kwid, Captur e Koleos. O primeiro é um compacto que ocupará o posto de carro de entrada da marca no lugar do Clio. Chamá-lo de SUV, como a Renault faz, é um tanto ousado, mas eu acredito que o carro vai ser bem aceito no mercado. Ele terá o primeiro motor 1.0 de três cilindros com controle de válvulas variável na admissão e no escape.
O segundo SUV apresentado pela Renault é o Captur, de porte similar ao do Duster, com o qual compartilha a plataforma, conjunto mecânico e diversos componentes. Será oferecido com a nova geração de motores 1.6, com opção de câmbio manual ou automático CVT e também com o conhecido 2.0 com a caixa automática de quatro marchas. Já o terceiro modelo é o Koleos de porte maior e design bem interessante. Todos eles chegam em 2017.
Por enquanto é isso! Fiquem ligados porque na próxima quinta-feira (11) trarei mais novidades sobre o que vi de interessante no Salão do Automóvel 2016.
Até mais!
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