ENTRE OS LAGOS (1)

oconfecha

SÃO PAULO (eu ia usar “Afagos em Interlagos”, mas não sei se ficaria bom) - Buenas. Chegando mais tarde do que nunca, porque a vida mudou. Mas vamos em frente, e rápido. Começando com a confirmação de Esteban Ocon na Force India.

Já tínhamos dito aqui que a Mercedes iria indicar o segundo nome do time indiano. Ocon ganhou força nas últimas semanas, para desespero e desalento de Wehrlein — que deve estar se sentindo assim meio… Kvyat, talvez.

Algumas coisas pesaram. No ano passado, Ocon foi piloto de testes da Force India, o que evidentemente ajuda. Ao mesmo tempo, disputou e ganhou o campeonato da GP3. Em 2014, já havia conquistado o título da F-3 Europeia em cima de ninguém menos que Max Verstappen. Tem, portanto, um currículo dos mais auspiciosos.

Wehrlein também já ganhou coisa importante, como o título do DTM no ano passado — o mais jovem campeão da categoria. Não é pouco. Com a Manor, foi décimo colocado na Áustria neste ano, marcando o primeiro ponto da história da jovem equipe. Também não é pouco e significa uma picape de dinheiro para o time.

Mas não foi o bastante. Ocon tinha a preferência desde sempre e chega para escrever uma história na F-1 que deve ser bem longa. Afinal, tem apenas 20 anos de idade e talento de sobra. “Talento que vence o dinheiro”, como definiu Toto Wolff, chefão da Mercedes.

Não é preciso ser adivinho para concluir que os alemães estão preparando bem o terreno para o futuro. Ocon faz parte dele. Wehrlein, se não se abater por ter sido preterido, também. Uma hora a chance chega. É só ter paciência.

A vaga na Force India era cobiçada por Felipe Nasr, como se sabe. “Ah, mas ele ia para a Force India, deu na TV” e blá-blá-blá. Gente, é o seguinte… Jornalistas têm informações, e nem sempre elas se confirmam. Exatamente o que aconteceu nesse caso, envolvendo o colega Reginaldo Leme, um cara de reputação inatacável. Às vezes não rola. Pode ter chegado perto de fechar, negociações acontecem, no fim não deu certo.

Isso não desqualifica profissional nenhum. No que diz respeito a nosotros do Grande Prêmio, apenas analisamos a notícia para concluir que, tecnicamente, não fazia nenhum sentido a Force India contratar Nasr. Primeiro, porque ele não está fazendo por merecer. Segundo, porque o que leva de patrocínio outros melhores poderiam levar, talvez até mais dinheiro. Terceiro, porque o vínculo entre a equipe e a Mercedes — estava na cara — é que seria decisivo na escolha. Apenas isso. Analisamos, e concluímos que Nasr não seria o nome. O que não quer dizer que ele não tenha negociado, nem que as coisas não tenham chegado muito perto.

Por fim, o mundo não vai acabar porque Nasr não foi para a Force India como a TV disse que iria acontecer. Não estamos falando de “barriga” jornalística. Estamos falando apenas de uma notícia que acabou não se confirmando. Ponto, vira a página, segue o jogo.

Quanto à história da sabotagem interna na Sauber, essa sim é bobagem mesmo. Aliás, se for verdade Nasr está frito. Porque só sobrou lá para ele.



Leia Mais.